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Iraque

Grupo EI mata mais de 230 pessoas na região de Mossul

Pelo menos 232 pessoas foram massacradas pelo grupo Estado Islâmico (EI) nesta semana perto de seu reduto de Mossul, no norte do Iraque, segundo informou as Nações Unidas nesta sexta-feira (28). Enquanto isso, aumenta a cada dia o temor de um grande deslocamento de civis no país.

Soldado iraquiano posa ao lado de integrante do grupo Estado Islâmico que teria participado des massacres nesta semana.
Soldado iraquiano posa ao lado de integrante do grupo Estado Islâmico que teria participado des massacres nesta semana. REUTERS/Goran Tomasevic
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Os assassinatos são apenas os últimos de uma série de atrocidades perpetradas pela organização extremista desde 2014. Alguns relatos dizem respeito a execuções por fuzilamento na quarta-feira (26), de 232 pessoas, informou a porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, a jornalistas em Genebra. Entre as vítimas havia "190 ex-oficiais da segurança iraquiana", acrescentou, observando que o número total de pessoas mortas pode ser maior.

Estas informações foram divulgadas um dia após a atribuição do prestigiado Prêmio Sakharov pelo Parlamento Europeu a duas vítimas da brutalidade do EI. Nadia Murad e Haji Bashar Lamia, que sobreviveram a uma série de perseguições - sequestro, estupro, escravidão -, tornaram-se símbolos da defesa da comunidade yazidi perseguida pelos extremistas islâmicos.

A ofensiva lançada em 17 de outubro pelas forças de segurança iraquianas para retomar o controle do último grande reduto do EI no Iraque permitiu apertar o cerco sobre Mossul pelo norte, leste e sul, mas o número de pessoas fugindo da organização radical aumenta.

As organizações humanitárias organizavam nesta sexta-feira acampamentos para acomodar os civis em fuga. "Constatamos um aumento enorme do êxodo de civis nos últimos dias, e eles serão acomodados nos acampamentos", declarou Karl Schembri, conselheiro regional do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC). Segundo ele, a situação "é preocupante" porque as forças iraquianas ainda não entraram na cidade. Quando isso acontecer, "vamos assistir a um deslocamento em massa", acrescentou.

Independência curda

Os deslocados da guerra são apenas um dos muitos problemas que assombram o Iraque. Outra questão importante é a relação entre Bagdá e a região autônoma curda, cujas forças peshmergas desempenham um papel importante na guerra contra o EI, lutando contra os extremistas, mas também alargando o território sob seu controle para além de sua fronteira oficial.

Isso representaria um problema especialmente se o Curdistão pressionar para obter independência, uma questão que o primeiro-ministro da região, Nechirvban Barzani, disse que seria necessário discutir depois da retomada de Mossul. "Assim que Mossul for libertada, vamos nos reunir com nossos parceiros em Bagdá e discutir a nossa independência", declarou ao jornal alemão Bild. "Nós não somos árabes, somos nossa própria nação curda. (...) Em um determinado momento, haverá um referendo sobre a independência do Curdistão e vamos deixar o povo decidir", acrescentou.

Mas no 12º dia de ofensiva, a batalha de Mossul está longe de terminar. Apoiados pela aviação da coalizão internacional sob comando dos Estados Unidos, as forças iraquianas e curdas continuam a avançar e já recuperaram cidades e aldeias em torno de Mossul. Nesta operação, as forças iraquianas mataram entre 800 e 900 combatentes do EI até o momento, segundo o general americano Joseph Votel, chefe do Comando central do exército americano (Centcom).

De acordo com estimativas americanas, há entre 3 mil e 5 mil combatentes extremistas em Mossul, além de mais de 2 mil outros espalhados na periferia da cidade.

(Com informações da AFP)

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