Acessar o conteúdo principal
Coreia do Norte/ Estados Unidos

EUA prometem “resposta massiva” a uso nuclear pela Coreia do Norte

O tom subiu entre os americanos e os norte-coreanos nesta quinta-feira (20). Os Estados Unidos prometeram uma “resposta massiva” à Coreia do Norte, se o país um dia recorrer às armas nucleares. A ameaça ocorre horas depois de Pyongyang ter realizado o que parece ter sido um novo teste de míssil de médio alcance, capaz de atingir as bases americanas na ilha de Guam, no Pacífico Norte.

Secretário americano da Defesa, Ashton Carter, ameaçou a Coreia do Norte.
Secretário americano da Defesa, Ashton Carter, ameaçou a Coreia do Norte. TED ALJIBE / AFP
Publicidade

O míssil, um Musudan, explodiu logo após o lançamento, às 6h30 locais (20h de quarta-feira em Brasília), conforme o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Foi o segundo teste fracassado de um Musudan em menos de uma semana.

Mesmo com a falha, o tiro foi alvo de múltiplas represálias por parte de Washington. “Nós condenamos firmemente o teste da noite passada”, declarou o ministro americano da Defesa, Ashton Carter, durante uma coletiva de imprensa ao lado do colega sul-africano, Han Min-Koo, que visitava o país.

Carter retomou os termos usados em um comunicado comum sobre a “aliança estratégica” entre Washington e Seul, no qual os Estados Unidos prometiam “fracassar qualquer ataque contra os Estados Unidos ou seus aliados e responder de maneira massiva e eficaz e qualquer recurso à arma nuclear”.

O secretário de Estado americano, John Kerry, completou afirmando que Pyongyang ficará exposto a uma "resposta eficaz e contundente". Kerry confirmou ainda a instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul.

Novas sanções à vista

O Conselho de Segurança da ONU, que examina novas sanções contra Pyongyang em resposta ao quinto teste nuclear, realizado em 9 de setembro, condenou o lançamento de um Musudan no sábado, que também fracassou.

O Musudan é um míssil de fabricação norte-coreana, apresentado pela primeira vez em outubro de 2010, durante uma parada militar. O armamento tem alcance de entre 2.500 km e 4.000 km, com capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul e no Japão, além de Guam.

"Nossas Forças Armadas condenam com firmeza as ações provocadoras contínuas da Coreia do Norte e estão preparadas para a eventualidade de novas provocações", afirma um comunicado do Estado-Maior sul-coreano.

Este ano, foram registrados oito testes com este míssil. Apenas um teve sucesso, o de junho, quando o projétil percorreu 400 km e caiu no Mar do Japão. O tiro foi elogiado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que tratou o episódio como um sucesso absoluto e prova da capacidade da Coreia do Norte para atacar bases americanas no Pacífico.

Míssil pode ser operacional em 2017

Analistas militares americanos acreditam que um teste bem sucedido do Musudan ajudaria Pyongyang a desenvolver um míssil balístico intercontinental. "Se continuarem neste ritmo, o míssil (...) poderá estar operacional no próximo ano, muito antes do que pensávamos", escreveu recentemente John Schilling, engenheiro aeroespacial, no site 38 North do Instituto Coreano-Americano da Universidade John Hopkins. A multiplicação dos testes expõe a Coreia do Norte a acumular fracassos, mas também permite aprender com os erros, destacou o especialista.

Após o quarto teste nuclear do país, em janeiro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou as sanções mais duras já aplicadas contra Pyongyang, em particular contra as exportações de mineração e com um reforço das restrições bancárias. O Conselho de Segurança discute atualmente sanções contra a indústria nuclear e balística norte-coreana, de acordo com fontes diplomáticas.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.