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Síria/Crise

Rebeldes sírios retomam controle de reduto dos jihadistas

Rebeldes sírios apoiados pela Turquia tomaram neste domingo (16) das mãos do grupo Estado Islâmico (EI) uma cidade simbólica, Dabiq, na fronteira da Síria com a Turquia. O local era considerado um dos principais redutos jihadistas ao norte de Aleppo.

Combatentes do Exército Livre da Síria (ASL), lutam contra o grupo Estado Islâmico na cidade de Dabiq, em 15 de outubro de 2016.
Combatentes do Exército Livre da Síria (ASL), lutam contra o grupo Estado Islâmico na cidade de Dabiq, em 15 de outubro de 2016. Nazeer al-Khatib / AFP
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Em agosto de 2014, os moradores viram a cidade ser conquistada pelo grupo Estado islâmico. Neste domingo, os habitantes se sentem aliviados. Com a saída total dos jihadistas, teve início a operação de retirada de minas espalhadas pelos extremistas.

"Graças a Deus, os obscurantistas foram vencidos e os moradores poderão, enfim, viver, ter uma vida normal depois de terem sido expulsos de casa e sofrido violências", declarou Nadim Mohamed, à rádio Monte-Carlo Doualiya. "Esses monstros do Daesh (nome em árabe do grupo Estado Islâmico) não poupam crianças, mulheres, nem ninguém. Sim, a alegria dos habitantes de Dabiq é imensa", ressaltou o morador.

A Ong Observatório Sírio de Direitos Humanos, que se baseia em uma rede de informantes na Síria, confirmou que os rebeldes conquistaram a cidade depois da retirada dos jihadistas. Segundo a agência oficial turca, nove combatentes morream e 28 ficaram feridos durante a ofensiva.

Pelo twiter, um dos grupos rebeldes confirmou a tomada de Dabiq após violentos combates. Outros grupos disseram o contrário, que a resistência foi "mínima".

A cidade do Apocalipse

Situada a 10 Km da fronteira com a Turquia, Dabiq é uma cidade simbólica para o grupo Estado Islâmico, de acordo com o correspondente da RFI em Beirute, Paul Khalifeh. Segundo as crenças religiosas dos fundamentalistas islâmicos, a última batalha entre o exército dos muçulmanos e o dos infiéis será nesta cidade e marcará o início do Apocalipse.

Prova da importância do local no imaginário dos jihadistas é o fato de o grupo Estado Islâmico ter dado o mesmo nome ao seu principal veículo de propaganda. Pelo menos até o momento, a "última batalha" ainda não aconteceu.

Os jihadistas se retiraram de Dabiq praticamente sem resistência para se dirigir à cidade de Al-Bab, no leste de Aleppo. Eles também teriam deixado outras localidades que passaram a ser controladas por grupos rebeldes apoiados pela Turquia.

Depois da derrocada em Dabiq, o grupo Estado Islâmico ficou com uma presença pouco significativa ao norte de Aleppo. Al-Bab, cidade de 50 mil habitantes, é o último reduto importante na província.

Área controlada pelo EI diminui

Segundo a empresa americana IHS, o califado autoproclamado pelo EI no Iraque e na Síria se limita atualmente a 68.300 Km² contra 90.800 Km² no início de 2015.

Na segunda maior cidade síria, Aleppo, os bairros rebeldes voltaram a ser alvos de intensos bombardeios do regime sírio e de seu aliado russo neste domingo. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ataques contra três bairros deixaram ao menos três mortos.

A agência oficial Sana indica que três civis, sendo duas mulheres, morreram e cerca de 20 pessoas ficaram feridas por foguetes lançados contra bairros controlados pelo regime.

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