Conselho de Segurança da ONU convoca reunião de emergência sobre a Síria
A Grã-Bretanha, a França e Estados Unidos pediram neste domingo ( 25) uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para analisar a situação na cidade síria de Aleppo, alvo de intensos bombardeios nos últimos dois dias. O encontro começa às 11h no horário local.
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Os ataques aéreos ocorridos neste sábado (24) deixaram pelo menos 45 mortos e destruíram vários prédios em Aleppo, no norte da cidade, onde estão situados os bairros ocupados pelos rebeldes. O exército do regime sírio iniciou uma ampla ofensiva para retomar as áreas dos opositores.
Neste domingo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que a escalada da violência na região “é assustadora”. Aleppo enfrenta os piores bombardeios desde o início do conflito, em 2011. O secretário denunciou o uso de bombas de fragmentação e de outras armas avançadas contra civis, com capacidade para perfurar bunkers.O uso sistemático desse armamento, disse, constitui crime de guerra.
Apesar das tentativas em cessar os combates, a trégua negociada entre os Estados e a Rússia na última segunda-feira (19) durou apenas uma semana. Os esforços diplomáticos para uma pausa na guerra civil que assola o país por enquanto também não renderam frutos, mas Rússia e Estados Unidos continuam em negociação.
Desde quarta-feira, os Estados Unidos insistem em uma proposta para manter em terra todos os aviões russos e sírios que operam nas zonas específicas, como forma de restituir a "credibilidade" a todo o plano de cessar-fogo. Mas a Síria acusa a coalizão liderada pelo país de ter realizado um bombardeio aéreo intencional contra tropas sírias intencional, e não por engano, como apontou Washington.
“Governo age com brutalidade”, diz ONG
Segundo o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, o governo age com brutalidade nessa região de Aleppo para obrigar as pessoas a se mudarem para as regiões controladas pelo regime.
Para complicar ainda mais a situação, as duas milhões de pessoas que vivem atualmente na cidade ficaram sem água no sábado por conta dos bombardeios. A Unicef alerta para o risco de surgimento de doenças causadas pela falta de água potável, principalmente entre as crianças.
A ONG também denuncia as condições de trabalho das equipes médicas e ambulâncias, que têm tido cada vez dificuldades para atender os feridos e doentes e vêm até mesmo sendo visados pelos bombardeios.
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