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Síria/ terrorismo

Exército sírio consegue entrar em “capital” do grupo Estado Islâmico

O exército sírio entrou neste sábado (4), pela primeira vez em quase dois anos, na província de Raqa, norte do país, considerada a “capital” do grupo Estado Islâmico (EI). O regime sírio combate os extremistas com o apoio da Rússia, sua grande aliada.

Sírios tentam recuperar produtos de caminhão de ajuda humanitária atingido por bombardeio em Aleppo.
Sírios tentam recuperar produtos de caminhão de ajuda humanitária atingido por bombardeio em Aleppo. REUTERS/Abdalrhman Ismail
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O EI enfrenta três ofensivas simultâneas na Síria: duas operações em Raqa e outra na província vizinha de Aleppo, onde as forças curdas avançam para a cidade de Minbekh, sob controle do grupo radical. Também perde terreno no Iraque, onde as tropas governamentais continuam avançando na região de Fallujah, depois de tomar do EI a cidade de Saqlawiya, segundo fontes militares. Os Estados Unidos apoiam as forças iraquianas nos combates para recuperar Fallujah.

As ofensivas mostram a determinação dos russos e dos americanos, aliados de diferentes personagens no conflito sírio, de concentrar esforços na luta contra o EI, responsável por crimes na Síria e Iraque, assim como atentados em vários lugares do mundo, como os de 13 de novembro em Paris.

Na província setentrional de Raqa, em sua ofensiva iniciada na quinta-feira para recuperar a cidade de Tabqa, as tropas do regime "são apoiadas por bombardeios dos aviões russos e por milícias sírias treinadas por Moscou", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "Entraram na manhã de sábado na província de Raqa pela primeira vez desde agosto de 2014", quando o grupo extremista expulsou as tropas do local, completou.

Coordenação Rússia-EUA?

O principal objetivo do exército é reconquistar a localidade de Tabqa, no Eufrates, perto de onde fica uma prisão controlada pelo EI e um aeroporto militar. O exército e seus aliados entraram na província de Raqa a partir do sudoeste. Neste sábado estavam a menos de 40 km de Tabqa, capturada pelo EI em 2014.

O grupo executou 160 soldados após a tomada do aeroporto da localidade. Ao menos 26 jihadistas e nove combatentes pró-regime morreram desde o início da ofensiva na quinta-feira.

Há 10 dias, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos, iniciaram uma ofensiva na província de Raqa e também avançam para Tabqa, mas a partir do norte. "Parece que existe uma coordenação não declarada entre Washington e Moscou", afirmou Abdel Rahman.

Quase toda a província de Raqa está sob controle do EI, exceto as cidades de Tall Abyad e de Ain Isa, de onde a organização extremista foi expulsa pelas FDS. Já na província Aleppo, as FDS avançam para a cidade de Minbej, principal via de abastecimento entre Raqa, capital de fato dos extremistas, e a Turquia.

Na cidade de Aleppo, novos ataques aéreos sobre bairros rebelde deixaram nove mortos, de acordo com o OSDH, um dia depois de bombardeios intensos que mataram dezenas de civis. De acordo com a imprensa estatal, sete civis morreram em ataques com foguetes disparados pelos insurgentes.

A estrada de Castello, a única que liga os setores rebeldes e o exterior, está bloqueada, segundo o OSDH. Isso significa que as zonas rebeldes, onde vivem 200 mil pessoas, "estão agora totalmente cercadas". Aleppo, ex-capital econômica na região norte da Síria, está dividida entre bairros rebeldes, ao leste, e bairros controlados pelo regime, ao oeste.

Ajuda “limitada”

Todas as tentativas de fazer a trégua ser respeitada entre os rebeldes e o regime fracassaram nos últimos dias, assim como os esforços para alcançar uma solução política ao conflito. Em mais de cinco anos, mais de 280 mil pessoas já morreram e milhões foram desalojadas.

A ONU anunciou na sexta-feira que obteve autorização para entregar este mês ajuda humanitária por via terrestre a 12 zonas cercas na Síria. Mas o regime aceitou apenas a entrega de ajuda "limitada" em três zonas cercadas, incluindo Daraya e Duma, ao mesmo tempo em que nega acesso ao bairro Al-Waer em Homs (centro) e à cidade de Zabadani (sudoeste). Fontes diplomáticas informaram que a ONU pedirá no domingo autorização de Damasco para poder lançar a ajuda por via aérea.

Com informações da AFP
 

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