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Irã/ sanções

Aiatolá do Irã acusa EUA de descumprir acordo nuclear com o país

O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou neste domingo (20) os Estados Unidos de "não respeitar seus compromissos" firmados no acordo nuclear com as grandes potências, em julho de 2015. O líder religioso afirma que os americanos aliviam progressivamente as sanções econômicas ao país, como combinado, mas continuam a restringir o acesso de Teerã aos mercados internacionais.

Aiatolá Ali Khamenei chamou Estados Unidos de "inimigos" em discurso neste domingo (20).
Aiatolá Ali Khamenei chamou Estados Unidos de "inimigos" em discurso neste domingo (20). REUTERS/leader.ir/Handout
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"No acordo nuclear (...) os americanos não respeitaram seus compromissos, não fizeram o que tinham que fazer", declarou o guia no longo discurso em Mashhad (nordeste), durante a celebração do novo ano persa. "Suspenderam as sanções em teoria, mas indiretamente impedem que a República Islâmica consiga seus objetivos", acrescentou. "Dizem que suspenderam as sanções (...), mas agem de um jeito que os efeitos do fim das sanções não se notam", insistiu.

O acordo histórico, finalizado em julho de 2015 entre as grandes potências e o Irã sobre seu programa nuclear entrou em vigor em meados de janeiro, permitindo a anulação de grande parte das sanções internacionais contra Teerã. Segundo o guia supremo, "o secretário (americano) do Tesouro trabalha noite e dia para que a República Islâmica não possa tirar vantagem do acordo nuclear", afirmou.

Khamenei avalia que os países europeus ainda estão reticentes em fazer negócios com o Irã por “medo” dos Estados Unidos. Ele ressaltou que a maioria das transações bancárias permanece problemática com “os países ocidentais que estão sob a influência americana”, em especial a repatriação dos recursos iranianos que estavam congelados no exterior e foram liberados depois do acordo.

Risco de “infiltração estrangeira”

O guia supremo adverte sobre o risco de "infiltração" estrangeira em seu país desde o acordo e do desrespeito do pacto pelos países ocidentais, sobretudo os Estados Unidos, chamados de “inimigos” por Khamenei. O líder demonstrou preocupação com o futuro dos compromissos “limitados” quando trocar a presidência americana.

“Não há qualquer garantia de que o próximo governo americano vai aplicar esses compromissos”, disse. “Os candidatos às eleições presidenciais fazem concurso de insultos ao Irã”, destacou.

Rohani é mais otimista sobre o futuro

Já o presidente iraniano, Hassan Rohani, demonstrou mais otimismo na sua mensagem de Ano Novo. “Tenho esperanças e a certeza de que, com esforços de todos e entendimento com o mundo, nós podemos caminhar em direção à prosperidade econômica e chegar a um crescimento de 5%”, afirmou Rohani.

A prioridade do presidente é a luta contra o desemprego, que atinge 10% da população ativa em geral e 25% entre os jovens. Rohani aposta no fim das sanções internacionais para relançar a economia e tentar se eleger para um segundo mandato, em 2017.

Com informações AFP
 

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