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Síria/ tragédia humanitária

Fotos e vídeos de crianças famintas na Síria chocam o mundo

Depois das imagens chocantes de refugiados perdendo a vida ao tentar chegar à Europa, o foco se volta para a Síria, de onde parte a maior parte dos migrantes que fogem da guerra no país. A cidade de Madaya está sitiada pelas forças do regime e a população está morrendo de fome devido à falta de abastecimento. Segundo a ONU, a metade das vítimas da tragédia humanitária são crianças.

Vídeo divulgado nas redes sociais mostra famílias que são obrigadas a comer grama e folhas de árvores para sobreviver na cidade de Madaya, que está cercada por tropas do regime de Damasco.
Vídeo divulgado nas redes sociais mostra famílias que são obrigadas a comer grama e folhas de árvores para sobreviver na cidade de Madaya, que está cercada por tropas do regime de Damasco. Reuters/ MIDEAST-CRISIS/SYRIA-TOWN
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Fotos e vídeos divulgados nas redes sociais mostram a amplitude do problema. Muitas das pessoas que se encontram na cidade chegaram depois de fugir de Zabadani, tomada por rebeldes que enfrentam o regime sírio.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que 23 pessoas morreram de fome em Madaya desde dezembro, das quais seis tinham menos de um ano e cinco tinham mais de 60. Outras 13 pessoas foram mortas pela explosão de minas colocadas pelas forças do regime ou por franco-atiradores quando tentavam sair da cidade em busca de comida, advertiu o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma ONG próxima da oposição síria e baseada em Londres.

Mortos ao buscar comida

O OSDH afirma que as forças pró-governamentais seguiram colocando minas e cercas ao redor de Madaya mesmo depois de um acordo de cessar-fogo, acertado em setembro. "Muitos habitantes comem plantas para sobreviver ou precisam pagar quantias elevadas nos postos governamentais para obter comida", explica Rami Abdel Rahman, diretor do observatório.

“Esse é um claro exemplo das consequências do uso do estado de sítio como estratégia militar”, declarou o diretor de operações da MSF, Brice de la Vigne, em um comunicado. O texto ressalta que população está sendo alimentada com soro, “a única fonte de açúcar e energia”, descreve. “Madaya é uma prisão a céu aberto: não há como entrar ou sair e as pessoas foram abandonadas à morte.”

هنااااا مضايا طفل لم يتناول الطعام منذ اسبوع حسبي الله ونعم الوكيل اين المجتمع الولي والسيد دي مستورا........

Posté par ‎الهيئة الطبية في مضايا‎ sur mercredi 6 janvier 2016

ONU deve enviar ajuda humanitária

As Nações Unidas afirmam que 40 mil habitantes precisam de ajuda imediata. A ONU prepara a entrega de mantimentos “nos próximos dias” à região, depois de receber a autorização do regime sírio para que o comboio humanitário chegue em segurança à localidade, em meio ao conflito que já se estende há quase cinco anos.

A última vez que as organizações internacionais tiveram acesso às cidades rebeldes de Zabadani e Madaya, assim como as localidades de Fua e Kafraya, foi em 18 de outubro. Pawel Krzysiek, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), esteve nos locais na ocasião e constatou que “falta tudo”. "As pessoas estão há muito tempo sem alimentos básicos, medicamentos básicos, eletricidade nem água (...) Vi a fome em seus olhos", disse.

طفلة في مركز الاستشفاء في #مضايا

Posté par ‎الحملة المدنية لإنقاذ مضايا والزبداني من واقع الموت جوعاً .‎ sur mardi 5 janvier 2016

Um mês depois da entrada em vigor do cessar-fogo de seis meses entre as partes em conflito, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho sírio ajudaram a transportar alimentos e medicamentos a Madaya e a Zabadani (sudoeste), assim como a Fua e Kafraya, dois povoados xiitas da província de Idleb (noroeste), ainda sob controle do exército. Em virtude deste acordo, cerca de 450 combatentes e civis foram retirados em dezembro de Zabadani, Fua e Kafraya. As forças governamentais dispõem de meios aéreos para fornecer água a Fua e Kafraya, mas os rebeldes não podem fazer o mesmo em Madaya.

 

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