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Síria/Política

Regime sírio aceita negociar mas sem "grupos terroristas"

O governo da Síria anunciou que está disposto a participar das negociações previstas para o fim de janeiro em Genebra, na Suíça, para tentar acabar com a guerra civil no país. Mas deseja saber quais grupos de oposição participarão do diálogo, para excluir aqueles que considera "terroristas".

O chanceler sírio, Walid Mualem, durante conferência de imprensa, em Pequim, em 24 de dezembro de 2015.
O chanceler sírio, Walid Mualem, durante conferência de imprensa, em Pequim, em 24 de dezembro de 2015. REUTERS/Jason Lee
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A crescente presença do grupo Estado Islâmico estimulou, pela primeira vez em quase cinco anos de conflito, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU - incluindo Rússia e China - a adotar em 19 de dezembro uma resolução que prevê negociações entre a oposição e o governo sírio para pôr fim à guerra.

Com o objetivo de encontrar uma saída política para a crise, o texto prevê discussões entre o regime de Al-Assad e a oposição, um cessar-fogo, um governo de transição e eleições em um prazo de 18 meses.

"A Síria está pronta para participar no diálogo inter-sírio sem interferência externa", declarou na quinta-feira (24) o chanceler sírio Walid Mualem.

O diretor-geral da ONU em Genebra, Michael Moller, afirmou que a Síria quer receber uma lista de "organizações terroristas" que não terão a permissão de participar nas negociações.

O tema é crucial porque o regime de Bashar Al-Assad classifica como "terroristas" todos os grupos que pegaram em armas para exigir a saída de Assad, sem estabelecer diferenças entre os rebeldes ou os jihadistas da Frente Al-Nusra ou do grupo Estado Islâmico.

A Jordânia, encarregada de preparar a lista dos grupos considerados "terroristas" por Damasco, indicou no dia 21 de dezembro que havia um consenso para descartar os dois grupos jihadistas.

Exigências da oposição

No dia 10 de dezembro, cerca de 100 representantes dos principais grupos de oposição política e armada, reunidos em Riade, anunciaram estar de acordo para dialogar com o regime sírio. No entanto, exigem como condição para negociar a saída do presidente Bashar Al-Assad do poder.

Outro ponto sensível nas futuras discussões será a instauração da "autoridade de transição" dotada de plenos poderes. O chanceler Muallem faz referência a um simples "governo de união nacional", que, segundo a Constituição atual, é presidida pelo chefe de Estado.

"O governo (de união nacional) formará um comitê constitucional encarregado de elaborar uma nova constituição e uma nova lei eleitoral para que eleições legislativas possam ser realizadas em 18 meses", declarou Mualem.

As grandes potências demonstraram a intenção de implementar este processo para pôr fim a um conflito que já deixou mais de 250 mil mortos. Cerca de 4 milhões e 400 mil sírios fugiram do país desde 2011.

Bombardeios russos

O exército da Rússia realizou 5.240 ataques na Síria desde o início de sua a intervenção, em 30 de setembro. Só na quinta-feira foram 189 ataques, afirmou o ministério da Defesa.As autoridades russas não deram informações sobre o número de vítimas nem sobre os alvos atingidos.

 

 

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