Turquia prende belga por suposto vínculo com atentados de Paris

Um belga de origem marroquina, suspeito de ser membro do grupo Estado Islâmico e ter vínculo com os atentados de Paris, foi detido no sul da Turquia na sexta-feira (20), uma semana após os violentos atentados que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos em Paris. De acordo com informações divulgadas neste sábado (21) pela agência de notícias turca Dogan, o homem estaria tentando fugir para a Síria.

Fronteira da Turquia com a Síria, por onde muitos jihadistas passam para chegar à Europa. REUTERS/Murad Sezer

Jérôme Bastion, correspondente da RFI em Istambul

O suspeito, Ahmed Dahmani, de 26 anos, é acusado de ter participado de operações de reconhecimento para escolher os locais dos atentados. Ele estava hospedado em um hotel de luxo na cidade turística de Antalya, no sul da Turquia, desde segunda-feira (16).

De acordo com os serviços de segurança da Turquia, ele estava sob vigilância da polícia desde que chegou à estação balneária. Quase simultaneamente à sua prisão, dois sírios foram detidos nos arredores da cidade. Eles explicaram que deveriam ajudar Dahmani a cruzar a fronteira com a Síria com um falso passaporte enviado por um importante integrante do grupo Estado Islâmico.

A cidade de Antalya hospedou no último domingo e segunda-feira a cúpula dos chefes de Estado e de Governo do G20, que prometeram reforçar a cooperação na luta contra os extremistas que ocupam parte da Síria e do Iraque.

Prisões se multiplicam na Turquia

A Turquia foi, durante muito tempo, acusada de fazer vista grossa à passagem de extremistas através do seu território, mas nas últimas semanas as autoridades multiplicam as prisões especialmente desde o atentado suicida atribuído ao grupo Estado Islâmico (EI) deixou 103 mortos em frente estação à estação de trem de Ancara, em 10 de outubro.

Hoje pela manhã Ancara informou que deteve 11 jihadistas na fronteira que tentavam entrar em território turco. Também nesta semana, as autoridades prenderam oito marroquinos de Casablanca por supostas afinidades com os extremistas. Na semana passada, 40 marroquinos foram expulsos da Turquia.