Bashar al-Assad entrava iniciativa para ajudar a Síria
A crise síria domina o segundo dia dos debates na Assembleia Geral da ONU. Nesta terça-feira (30), além dos discursos previstos, os chefes de Estado presentes em Nova York participam de dois encontros importantes. O primeiro, liderado pelo presidente Barack Obama e pelo secretário-geral das Nações Unidos, Ban Ki-moon, vai discutir a violência extremista; e o segundo, organizado pela União Europeia e a Jordânia, debaterá a crise dos refugiados sírios. Ontem, o presidente francês, François Hollande, martelou em seu discurso que Assad, "o carrasco", não pode ser parte da solução do problema, como defende Vladimir Putin.
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O presidente russo se impôs em Nova York como um ator incontornável para superar a crise na Síria. Putin reuniu-se ontem pela primeira vez com Obama em dois anos e considerou as discussões "construtivas e surpreendentemente abertas".
Um responsável americano declarou que os dois líderes mostraram a intenção de continuar o diálogo para buscar formas de cooperação na Síria. Em seu discurso na tribuna da ONU, Putin propôs a formação de uma ampla coalizão internacional, que incluiria Moscou, Damasco e Teerã, para combater o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Uma ideia que poderia ter a adesão americana, mas é rejeitada pela França.
Assim como presidente francês, Obama se nega a negociar com Assad e quer a saída do presidente sírio. Mas Putin foi incisivo ao afiarmar que não cabe a Obama ou a Hollande decidir quem dirige a Síria, e sim ao povo sírio.
Mísseis russos na Síria
O comandante das forças da Otan na Europa, general Philip Breedlove, revelou ontem sua preocupação com o posicionamento de mísseis antiaéreos da Rússia na Síria. Segundo ele, o dispositivo serve para criar uma espécie de "escudo de proteção" para evitar bombardeios contra o regime sírio, e não para combater os jihadistas do EI como Moscou afirma.
Reforço de capacetes azuis
Em outra reunião à margem da assembleia, nessa segunda-feira, cerca de 50 países se comprometeram a enviar mais 40 mil capacetes azuis para reforçar as operações de paz da ONU em todo o mundo.
Na abertura do encontro, os Estados Unidos propuseram 30 mil militares. O Brasil anunciou um reforço de mil homens, o segundo maior contingente da América Latina depois da Colômbia. Bogotá prometeu o fornecimento de cinco mil soldados em um prazo de três anos.
No total, o comprometimento representa um aumento de 40% no efetivo de soldados destacados para missões da ONU.
Embargo a Cuba
Outro tema da nova assembleia da ONU é a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos. Ontem, Obama pediu ao Congresso americano que suspenda o embargo à ilha. Hoje, está prevista uma reunião bilateral entre o presidente americano e o líder cubano, Raúl Castro, à margem da assembleia.
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