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ONU/EUA/Rússia

Obama e Putin divergem sobre Síria durante Assembleia Geral da ONU

Os presidentes norte-americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, discordaram sobre o conflito na Síria nesta segunda-feira (28), durante abertura da 70ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O chefe da Casa Branca chamou o presidente sírio de assassino, enquanto o representante de Moscou insistiu na necessidade de cooperação com o regime de Damasco.

Apesar do tom cordial nos corredores das Nações Unidas, Vladimir Putin e Barack Obama divergem completamente sobre a crise na Síria, um dos principais temas da 70ª Assembleia Geral da ONU.
Apesar do tom cordial nos corredores das Nações Unidas, Vladimir Putin e Barack Obama divergem completamente sobre a crise na Síria, um dos principais temas da 70ª Assembleia Geral da ONU. REUTERS/Kevin Lamarque
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Em sua primeira participação a uma Assembleia Geral da ONU desde 2005, Putin pediu uma "ampla coalizão" para lutar contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI). Para o russo, o grupo seria "parecido com a coalizão contra Hitler", na Segunda Guerra Mundial, e os países árabes "teriam um papel-chave".

Putin também defendeu uma aproximação com o regime de Damasco para tentar solucionar a crise na Síria. "Seria um erro enorme não cooperar com aqueles que combatem frontalmente o terrorismo. Devemos reconhecer que ninguém, salvo as Forças Armadas do presidente Assad, combatem realmente o Estado Islâmico e outras organizações terroristas na Síria", completou o russo.

O discurso de Putin foi feito pouco depois do presidente norte-americano, que diverge da opinião de Moscou. “Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer país, incluindo Rússia e Irã, para resolver o conflito" na Síria, disse Obama, afirmando que seu país não quer uma nova Guerra Fria derivada da crise na Ucrânia.

O chefe da Casa Branca estabeleceu, no entanto, um limite, denunciando as nações que apoiam "tiranos que assassinam crianças, como o líder sírio Bashar al-Assad". A declaração foi uma referência direta à Moscou e Teerã por seu apoio militar ao regime de Damasco na guerra civil que jádura mais de quatro anos e que deixou mais de 240 mil mortos.

Após os discursos, Obama e Putin se encontraram à tarde em paralelo à Assembleia Geral, em sua primeira reunião em mais de dois anos.

França defende posição dos Estados Unidos

Alinhada à posição norte-americana, a França apoiou com cautela o pedido de Putin de formar uma ampla coalizão contra o Estado Islâmico na Síria. Durante seu discurso, o presidente francês, François Hollande, qualificou a coalizão de "possível, desejável e necessária", mas avaliou que a mesma precisaria ter "bases claras, caso contrário nunca verá a luz". Mas Hollande descartou a presença de Assad em uma solução do conflito sírio, afirmando ser impossível que "vítimas e algoz" trabalhem juntos.

Rohani oferece ajuda do Irã

Em outra das intervenções mais esperadas do dia, o presidente iraniano, Hassan Rohani, também convocou uma "frente" contra o extremismo violento e disse que seu país está pronto para ajudar a "levar a democracia" à Síria e ao Iêmen. "Queria convidar o mundo inteiro, e particularmente os países da minha região, a construir uma frente unida contra o extremismo e a violência", disse o iraniano, em seu primeiro discurso na ONU desde a conclusão, em julho do ano passado, em Viena, do compromisso sobre o programa nuclear de Teerã.

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