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Rússia/Síria

Putin defende coalizão ampla para ajudar Síria a combater terrorismo

Vladimir Putin se prepara para lançar um apelo internacional na próxima Assembleia Geral da ONU, no final de setembro, para apoiar o regime sírio no combate ao terrorismo. Além de defender sua estratégia de apoio a Bashar Al-Assad, o presidente russo confirmou que continua a enviar armas e dar assistência técnica para Damasco.

Aviões de carga Antonov 124 teriam aterrisado no aeroporto perto de Lattaquié, na Síria.
Aviões de carga Antonov 124 teriam aterrisado no aeroporto perto de Lattaquié, na Síria. AFP PHOTO / VASILY MAXIMOV
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"Nós apoiamos o governo sírio em sua luta contra o inimigo terrorista. Nós propusemos e continuaremos a oferecer uma ajuda militar técnica", afirmou Putin durante visita ao Tajiquistão, nesta terça-feira (15).
A declaração é uma resposta aos Estados Unidos que denuncia um importante envio de material e equipamento russo para o norte da Síria.

Vladimir Putin lançou mais uma vez seu apelo para uma "grande coalizão" contra o grupo Estado Islâmico: "A prioridade atual é a união de nossas forças contra o terrorismo. Sem isso, é impossível resolver problemas urgentes, como o problema dos refugiados", disse.

Segundo a correspondente da RFI em Moscou, Muriel Pompone, Putin se coloca como um defensor dos interesses da Europa porque, de seu ponto de vista, a maioria dos migrantes sírios foge dos grupos radicais islâmicos e não dos bombardeios do exército sírio. Putin considera que se a Rússia parar de apoiar o regime de Al Assad, o fluxo de refugiados poderá ser ainda maior.

Para o presidente russo, os moradores fogem dos combates, "que são fruto de uma intervenção externa, da distribuição de armas e de outros equipamentos".

"As pessoas fogem do país devido às atrocidades cometidas pelos terroristas. Nós sabemos muito bem como eles procedem, como eles matam as pessoas e destroem os monumentos. É esse radicalismo que provoca a fuga das pessoas. E, sem o apoio da Rússia ao governo sٕírio, a situação seria hoje bem pior do que na Líbia e o número de refugiados seria maior", acrescentou.

Envio de armas

A Rússia já enviou sete tanques T-90 em um campo de aviação perto de Lattaquié, reduto do presidente Bashar Al-Assad na costa síria, segundo responsáveis do governo americano. Washington acredita que 200 soldados da infantaria russa estão posicionados no local e dois aviões de carga russos aterrisam diariamente nas pistas.

A Rússia, que dispõe de uma base naval no porto sírio de Tartus desde a época soviética, já teria enviado na semana passada sistemas de mísseis antiaéreos SA-22, provavelmente para garantir a defesa do campo de aviação de Lattaquié.

Na sexta-feira (11), o presidente Barack Obama estimou que a estratégia da Rússia de apoio a Al Assad estava "condenada ao fracasso", já que a política do líder sírio é "devastadora para seu próprio povo".

Preocupação de Israel

A confirmação do presidente russo de continuar enviando armas ao regime de Damasco deixou a comunidade internacional em alerta.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, vai a Moscou no dia 21 de setembro falar com Putin sobre o reforço da presença militar russa na Síria. Segundo fontes israelenses, o premiê irá alertar Moscou da ameaça que representa para Israel o envio de material militar ao território sírio e eventuais transferências de armas letais ao movimento xiita libanês Hezbollah e a outros grupos terroristas.
 

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