Avião da AirAsia pode estar “no fundo do mar”, dizem autoridades na Indonésia

O Airbus da AirAsia que fazia o voo ‪QZ8501 e desapareceu neste domingo (28) com 162 pessoas a bordo, está provavelmente no fundo do mar, de acordo com autoridades da Indonésia. O tempo na região melhorou e as buscas foram retomadas nesta segunda-feira (30) à margem da ilha de Java, mas a Indonésia não tem equipamentos adequados para dar continuidade à operação.

O vice-presidente da Indonésia Jusuf Kalla esclarece como serão as operações de buscas em Jakarta, neste domingo REUTERS/Antara Foto/Wahyu Putro A

Luiza Duarte, correspondente da RFI em Hong Kong

Em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, o chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Bambang Soelistyo, afirmou que, de acordo com as coordenadas disponíveis, o avião poderia estar no fundo do mar. O foco das buscas hoje é o mar de Java, já que a última posição conhecida da companhia malaia AirAsia estaria entre Tanjung Pandan, na ilha de Belitung e Kalimantan, parte indonésia da ilha de Bornéu.

As autoridades locais acrescentaram que se for confirmada a hipótese de que a aeronave caiu no mar e afundou, a Indonésia não possui equipamentos submarinos adequados para dar continuidade à busca. Atualmente, pelo menos 12 navios da Marinha, cinco aviões e três helicópteros do governo indonésio estão envolvidos na operação.

O governo de Cingapura reforçou o apoio às buscas enviando mais dois navios para a área nesta segunda-feira, segundo dia da missão. A Malásia também participa da força-tarefa, enquanto a Austrália, a Coreia do Sul e a China ofereceram ajuda, colocando à disposição do governo local aviões e navios.

Governo da Indonésia vai rever operações da Air Asia no país

O ministro dos Transportes da Indonésia, Ignasius Jonan, afirmou que o governo vai rever as operações da AirAsia no país depois do desaparecimento do avião.

O Airbus 320-200 saiu do aeroporto de Surabaya na Indonésia com destino à Cingapura por volta das 6h20 deste domingo, 21h20 de sábado, em Brasília. Seis membros da tripulação e 156 passageiros estavam à bordo. A lista publicada pela companhia aérea confirmou a presença de um cidadão de Cingapura, um do Reino Unido, um da Malásia, um da França, três da Coreia do Sul e 155 da Indonésia.

2014 bateu recorde de acidentes com voos comerciais

2014 é o ano com menos acidentes em voos comerciais, sete sem contar com o da AirAsia, mas o número de mortes bateu recorde: mais de 750 pessoas. Os dados são da Aviation Safety Network, entidade que coleta informações sobre acidentes aéreos.

Os dois acidentes que marcaram o ano foram os voos da Malaysia Airlines MH17, abatido em julho por um míssil no leste da Ucrânia, e o voo MH370, desaparecido desde março até hoje, em algum lugar no oceano Pacífico.

Segundo o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, responsável pelas buscas do MH370, não é possível comparar o sumiço do MH370 com o acidente da AirAsia, provocado provavelmente pelo mau tempo na região. Abbott considera o caso do MH370 "um dos maiores mistérios da nossa época".