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Acidente/Air Algérie

Avião da Air Algérie caiu em espiral a alta velocidade

O voo AH 5017 da Air Algérie que caiu no Mali há duas semanas, provocando a morte das 116 pessoas que estavam a bordo, desceu em uma espiral a alta velocidade. Mas os investigadores ainda não sabem o que provocou a queda.

O diretor do Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França, Rémi Jouty (esquerda) anunciou hoje que a caixa-preta que registra as conversas não pode ser aproveitada.
O diretor do Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França, Rémi Jouty (esquerda) anunciou hoje que a caixa-preta que registra as conversas não pode ser aproveitada. REUTERS/Benoit Tessier
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O presidente malinês da comissão de investigação e o diretor do BEA (sigla em francês do Escritório de Investigações e Análises) detalharam nesta quinta-feira (7) diante da imprensa os parâmetros técnicos do voo recolhidos após a catástrofe.

A última informação, registrada um segundo antes do impacto, revela que o aparelho estava voando a 740 km/h, com uma "velocidade vertical descendente extremamente importante", explicou Rémi Jouty, diretor do BEA. Ele enfatizou que os investigadores ainda não podem excluir nenhuma hipótese relativa às causas do acidente com o avião que voava de Uagadugu a Alger, incluindo "uma ação deliberada".

Jouty afirmou que o CVR, a caixa-preta que grava as conversas entre os pilotos e com os controladores aéreos, não pôde ser aproveitada por enquanto. "O sinal sonoro é ininteligível. (...) Esse mau funcionamento não é resultado do acidente", disse ele, especificando que os especialistas continuam tentando extrair informações das fitas magnéticas.

Para contornar esse problemas, os investigadores vão coletar informações junto aos organismos em solo que tiveram contato com o avião e outros aparelhos presentes na zona.

Desvios moderados da rota

Em compensação, os investigadores conseguiram decriptar a segunda caixa-preta, que contém os parâmetros de voo (velocidade, altitude), e determinar uma primeira trajetória. O avião, alugado da empresa espanhola SwiftAir, se desintegrou ao colidir com o solo, deixando destroços dispersos por centenas de metros.

O estudo dos parâmetros do voo não confirmou nesse estágio da investigação a hipótese de uma relação direta entre as más condições meteorológicas e o acidente, apesar das evidências de que o avião balançou muito. "Os desvios moderados da rota parecem indicar que a tripulação estava tentando evitar uma tempestade", explicou Rémi Jouty.

Após ter atingido uma altura de cruzeiro de 9.500 metros e uma velocidade de 280 nós (518 km/h), o aparelho diminuiu progressivamente sua velocidade para 160 nós (296 km/h). "Depois de um certo tempo, a altitude também diminui levemente", disse o diretor do BEA.

Na parte final, no norte do Mali, o avião vira para a esquerda e começa a perder altitude rapidamente, depois continua a descer em espiral até o ponto de impacto.

Rémy Jouty rejeitou a tese de que o aparelho tivesse se desintegrado em pleno voo, já que os destroços estão relativamente agrupados em torno do ponto de impacto.

Ele especificou que não sabe se os pilotos fizeram um pedido para que o avião fosse desviado, como havia dito o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius. De acordo com o chanceler, o aparelho voltou para trás, o que os mapas mostrados nesta quinta-feira desmentem.

Paralelamente, os policiais franceses enviados à área do acidente voltaram à França nesta quarta-feira com os restos humanos recolhidos para identificar as vítimas. Eles esperam poder provar a identidade de quase todas elas. Entre os mortos no acidente estão 54 franceses.

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