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África/Ebola

Ignorância sobre Ebola está matando mais do que o próprio vírus, dizem entidades

Integrantes de forças humanitárias que estão na Libéria dizem que o desconhecimento da população sobre como lidar com o Ebola é o que está ajudando a espalhar a doença. Ao lado de Guiné e Serra Leoa, o país decidiu na sexta-feira (1) impor um cordão sanitário ao redor do epicentro da epidemia, uma região de fronteira.

Agente trabalham na Libéria no combate ao Ebola.
Agente trabalham na Libéria no combate ao Ebola. REUTERS/Samaritan's Purse
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O diretor do grupo de ajuda cristão Samaritan’s Purse, Kendell Kauffeldt, diz que recebe diariamente em sua clínica já superlotada, em Monrovia, pacientes transportados em condições perigosas, como jipes lotados de doentes e táxis. “É perigoso transportar pessoas infectadas em carros particulares. Existe um telefone que as pessoas podem telefonar para solicitar ambulâncias com pessoas treinadas para trazer o paciente ao hospital”, afirma Kauffeldt.

Kauffeldt está no front de batalha desta que é considerada a pior epidemia de Ebola que o mundo já viu. Mais de 300 liberianos foram infectados pelo vírus – mais de metade não resistiu. Em Serra Leoa, a situação é ainda pior, com mais de 700 mortes desde o início do ano.

Mitos contra o Ocidente

Embora o vírus possa levar doentes à morte em poucos dias, o agente patogênico não é particularmente resistente e pode ser combatido com sabão e água quente. Epidemiologistas dizem que o Ebola é um vírus relativamente difícil de ser contraído e não é nem mesmo transportado pelo ar. Ele necessita de contato com fluidos corporais das vítimas, como sangue, urina e saliva, para ser transmitido. O combate à doença também não é particularmente complexo: manter hidratação, paracetamol para manter a temperatura baixa e antibióticos para os casos complexos aumentam a chance de recuperação.

Mas em um país em que comunidades remotas são profundamente supersticiosas em relação à medicina ocidental, uma série de mitos foi construída ao redor do Ebola. Entre os mais preocupantes está a crença de que o Ebola seria uma conspiração ocidental e que, na prática, não existe. Outro mito diz que entrar em um centro de tratamento de Ebola é uma viagem sem volta.

Americanos infectados

Um dos dois norte-americanos infectados pelo Ebola na África deve chegar aos Estados Unidos neste sábado (2) para ser transferido ao hospital da Atlanta. O estabelecimento é especialmente equipado para isolar os doentes. Kent Brantly e Nancy Writebol trabalhavam justamente para a organização humanitária Samaritan’s Purse.

Os dois estão em estado grave, porém estável. Esta é a primeira vez que pessoas infectadas pelo Ebola se encontram em solo americano, mas as autoridades do país se dizem confiantes de poder proteger a população de todo tipo de risco de transmissão.

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