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Iraque/ terrorismo

Líder pede para iraquianos se armarem para defender país de jihadistas

A maior autoridade xiita do Iraque pediu nesta sexta-feira (13) que os iraquianos peguem nas armas para enfrentar os jihadistas, que nos últimos dias tomaram o controle de importantes cidades do país e avançam em direção à capital, Bagdá. A ONU afirmou que 40 mil pessoas já fugiram dos últimos combates.

Voluntários são levados por caminhão do Exército para combater a capital Bagdá da chegada dos jihadistas.
Voluntários são levados por caminhão do Exército para combater a capital Bagdá da chegada dos jihadistas. REUTERS/Ahmed Saad
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“Os cidadãos que puderem pegar em armas e combater os terroristas para defender o país, o povo e os lugares santos, devem ser voluntários e se unir às forças de segurança para atingirmos esse objetivo sagrado”, declarou o xeque Mehdi al-Karbalai, em nome do aiatolá Ali al-Sistani, a maior autoridade religiosa xiita do Iraque. O líder é extremamente influente, embora não tenha qualquer papel político no país.

De acordo com ele, o Iraque enfrenta “um grande desafio e um perigo extraordinário”. “Os terroristas não querem controlar apenas algumas províncias: eles anunciaram querer tomar todas as províncias, inclusive Bagdá, Kerbala e Najaf. A partir deste momento, a responsabilidade de combatê-los e de lutar contra eles incumbe a todos e não se limita a uma única confissão religiosa ou a uma única parte da população”, explicou, afirmando que os mortos em confrontos serão considerados mártires.

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu hoje às autoridades iraquianas “monstrarem união” para enfrentar o avanço dos combatentes. “Essa é uma advertência real para todos os dirigentes políticos iraquianos. Chegou o momento de eles se juntarem e se mostrarem unidos”, afirmou, em Londres.

ONU preocupada com crise humanitária

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) demonstrou hoje preocupação com a situação no país. Segundo a OIM, 40 mil pessoas já fugiram dos combates em Tikrit e Samarra, duas cidades invadidas pelos jihadistas. A organização prevê uma “crise humanitária prolongada” no Iraque.

“A situação está muito volátil. As pessoas estão fugindo dos combates”, declarou uma porta-voz da OIM, Christiane Berthiaume, em uma coletiva de imprensa em Genebra (Suíça). Conforme a organização, 500 mil civis já fugiram do conflito em Mossul, a segunda maior cidade iraquiana.

Operação fulminante

A partir de terça-feira (10), aproveitando-se da retirada do Exército, os extremistas do grupo Estado Islâmico no Iraque e no Levante conseguiram tomar Mossul e a província de Ninine, Tikrit e outras regiões da província de Salahedine, além de setores das províncias de Diyla e Kirkuk. Falluja, a 60 quilômetros de Bagdá, está controlada desde janeiro pelos extremistas.

Nesta sexta, os jihadistas avançavam em três eixos em direção a Bagdá, uma ofensiva fulminante marcada por “execuções sumárias” pelo caminho, conforme a ONU. O governo anunciou o início de um plano de segurança para proteger a capital, incluindo o envio de centenas de militares e o reforço das operações de informação, e destacou que civis estão se apresentando como voluntários para defender a cidade.

O Programa Alimentar Mundial da ONU lançou uma primeira operação de urgência para fornecer ajuda alimentar para 42 mil pessoas em situação vulnerável devido ao conflito. Em um primeiro momento, o PAM vai enviar 550 toneladas de comida por mês para o país, ao custo de 1,5 milhão de dólares. A organização enviou funcionários para o Curdistão, na fronteira com o Iraque, para determinar as necessidades alimentares na região.

 

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