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Israel-Palestina/Diplomacia

Israel acusa europeus de postura "pró-Palestina"

O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, convocou hoje os embaixadores de quatro países europeus em Jerusalém para protestar contra o que o governo de Israel chama de "parcialidade" do bloco europeu em favor dos palestinos. Na quinta-feira, França, Reino Unido, Espanha e Itália convocaram os respectivos embaixadores israelenses para criticar a construção de 1.800 novos alojamentos nos territórios palestinos, provocando uma reação indignada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que, na sexta-feira (17), devolveu na mesma moeda.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu conversa com a imprensa internacional
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu conversa com a imprensa internacional REUTERS/Darren Whiteside
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Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, o porta-voz da diplomacia francesa, Romain Nadal, evitou a palavra "convocação" e garantiu que a direção de África do Norte e Oriente Médio do Quai d'Orsay  (equivalente do Itamaraty) "recebeu" o embaixador de Israel para "lembrá-lo do compromisso da França com os atuais esforços para a retomada do processo de paz".

Do lado israelense, o tom foi menos diplomático: Netanyahu chamou a condenação aos novos assentamentos de "hipocrisia". "A União Europeia convoca os embaixadores por causa da construção de algumas casas?", perguntou à imprensa internacional nesta sexta.

"Quando a UE convocou embaixadores palestinos para explicar convocações à destruição de Israel?", completou. O porta-voz do chanceler israelense disse ainda que a posição europeia é "inaceitável" e "põe em risco as possibilidades de acordo entre as duas partes".

Rusgas também com os EUA
Além das potências europeias, os assentamentos anunciados no dia 10 de janeiro causaram mal-estar com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, com quem o clima já não era dos mais favoráveis. Pouco depois da última visita de Kerry à região, o ministro israelense da Defesa, Moshé Yaalon, disse em conversas privadas que o chefe da diplomacia americana, "animado por uma obsessão incompreensível e uma espécie de messianismo, não tem nada a ensinar sobre o conflito com os palestinos".

A declaração vazou ao jornal Yediot Aharonot e forçou o ministro a pedir desculpas na última terça-feira (14), depois de um dia inteiro de troca pública de farpas entre os dois países. Na opinião do diário, "se a missão de Kerry (que conseguiu relaçar as negociações no fim de julho) falhar, as declarações de Yaalon servirão de prova ao secretário de Estado de que Israel nunca levou a sério o processo de paz".

 

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