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Iraque/Violência

Nova onda de atentados deixa 43 mortos no Iraque

Uma série de ataques, em sua maioria contra bairros xiitas de Bagdá, deixou nesta quarta-feira, 20 de novembro de 2013, pelo menos 43 mortos e 100 feridos. Nenhum grupo reivindicou esses ataques, mas geralmente são rebeldes próximos da rede extremista sunita Al-Qaeda que estão por trás desse tipo de atentado. A paralisia do aparelho político, provocada sobretudo pelos atritos entre sunitas e xiitas, associada a uma corrupção endêmica contribuem a alimentar a instabilidade.

Os ataques com carro-bomba se tornaram um fato comum em Bagdá, onde a violência se intensificou neste mês de novembro.
Os ataques com carro-bomba se tornaram um fato comum em Bagdá, onde a violência se intensificou neste mês de novembro. REUTERS/Wissm al-Okili
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Ao menos oito explosões, das quais sete atentados com carros-bomba, aconteceram por volta de 7h30 no horário local e fizeram 35 mortos. No bairro de Karrada, no centro da capital iraquiana, a explosão aconteceu perto de uma concessionária de veículos onde xiitas celebravam a Achura, grandes comemorações que lembram o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé assassinado no século 17.

Em um ataque separado na cidade normalmente tranquila de Suleimaniyeh, na região autônoma do Curdistão (norte), homens armados assassinaram o chefe dos guarda-costas do presidente Jalal Talabani, segundo um porta-voz da polícia. Há quase um ano o líder iraquiano, de 79 anos, se encontra na Alemanha, onde foi hospitalizado após um ataque cerebral.

Tiroteios em Bagdá e na principal cidade do norte, Mossul, assim como atentados em Abu Ghraib, a oeste da capital, e em Buhruz, a nordeste de Bagdá, fizeram outros seis mortos.

Três corpos com marcas de balas também foram descobertos perto de Baquba, ao norte de Bagdá, segundo os serviços de segurança.

Essa série de ataques eleva para mais de 300 o número de pessoas mortas em novembro no Iraque, onde os ataques se multiplicaram nos últimos meses, apesar de um reforço das medidas de segurança e de campanhas visando os rebeldes.

Mais de 5.700 pessoas morreram desde o início do ano em episódios de violência, dos quais 964 em outubro, o mês mais sangrento desde abril de 2008, segundo os números oficiais.

Diante dessa escalada, o primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki pediu no final de outubro a cooperação de Washington para lutar contra a Al-Qaeda. Os soldados americanos deixaram o Iraque há quase dois anos.

A violência eclodiu em um contexto de profundo descontentamento da minoria sunita em relação ao governo dominado pelos xiitas, acusado em particular de multiplicar as prisões arbitrárias.

A ONU e numerosos diplomatas pediram a Maliki que adote reformas para evitar uma maior marginalização dessa comunidade.

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