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China/acidente

Governo chinês suspeita de atentado terrorista em ataque na Praça da Paz Celestial

O governo chinês suspeita que o incêndio de um carro ontem na praça da Paz Celestial em Pequim, que deixou 5 mortos e mais de 40 feridos, tenha sido um ato terrorista.

Policiais vigiam região próxima à Praça Tiananmen, em Pequim, em foto desta terça-feira, 29 de outubro de 2013.
Policiais vigiam região próxima à Praça Tiananmen, em Pequim, em foto desta terça-feira, 29 de outubro de 2013. REUTERS/Jason Lee
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Janaína Silveira, correspondente da RFI na China

Segundo fontes policiais, o incidente pode ter sido um ataque suicida, mas o governo chinês ainda não se pronunciou.

O Partido Comunista já comentou que "não se deve politizar o evento da Praça da Paz Celestial", embora a praça seja o centro político do país.

Ela abriga não só o parlamento e o mausoléu de Mao, mas traz lembranças como a do massacre de 1989, quando jovens ocuparam o local para pedir democracia.

No incidente desta segunda-feira, um carro invadiu a calçada do portão de entrada da Cidade Proibida e acabou pegando fogo quase em frente ao retrato do líder chinês Mao Zedong. Os três ocupantes morreram, além de dois turistas, uma filipina e um chinês da província de Cantão.

Se a chancelaria chinesa se limitou a dizer que não tinha elementos suficientes para comentar o caso, o  incidente ganhou repercussão na Internet, por onde circularam fotos e comentários, a maioria dos quais já foram  censurados.

Nesta terça-feira, o caso foi pouco citado na imprensa chinesa. A exceção foi o jornal Global Times, que suspeita de que os envolvidos fossem uigures originários da província de Xinjiang, sem mencionar se tratava de um ataque premeditado.

Xinjiang é palco constante de disputas étnicas, muitas das quais violentas.

Os moradores nativos, da etnia uigur, pedem mais autonomia, afirmando serem vítimas de preconceito pela religião que professam, o islamismo, e por sua cultura. Eles falam e escrevem uma língua de raiz turca, que nada tem a ver com mandarim.

A barreira linguística e cultural os distancia dos melhores empregos e das universidades, onde a língua oficial é o mandarim.

O governo chinês refuta estas acusações e diz que há movimentos separatistas em Xinjiang resultado da associação com terroristas de países vizinhos como Afeganistão e Paquistão.

Vale ressaltar que a região é rica em reservas de combustíveis, especialmente gás.

Ainda nesta segunda-feira, a polícia começou as investigações pelos hoteis de Pequim, em busca de dois suspeitos principais.
 

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