No G20, Rússia faz campanha contra intervenção na Síria e isola EUA e França
O presidente Barack Obama, que está na Rússia participando do G20, está tendo dificuldades para obter apoio de outros países à operação militar na Síria. O tema tem dominado a Cúpula que reúne os líderes das maiores economias mundiais, reunidos até amanhã. Como já era esperado, a China e a Rússia criticam qualquer ação no país sem o aval da ONU.
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Durante a Cúpula, o presidente russo Vladimir Putin espera convencer o presidente Barack Obama a rever seu projeto de ataque à Síria.
Ele insiste na necessidade de provas ‘convincentes’ da responsabilidade do regime no ataque químico, e pediu que o assunto seja abordado durante o jantar de trabalho desta quinta-feira.
Putin já obteve o apoio da China, dos BRICs, da União Europeia e do Papa.
Em uma entrevista coletiva, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Zhu Guangyao, estimou que uma ação será nociva para a “economia mundial”, provocando uma alta do preço do petróleo.
Os membros dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também reiteraram que a repercussão do ataque será negativa. Em uma carta, o Papa Francisco também pediu que a comunidade internacional desista da intervenção militar.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também defenderam uma solução política para o conflito, passando pelo Conselho de Segurança da ONU. Masodas as iniciativas têm sido vetadas por russos e chineses, membros permanentes.
Obama busca apoio da comunidade internacional
Apesar das divergências, o presidente Barack Obama continua buscando apoio entre os países ocidentais.
Durante um encontro com o premiê japonês Shinzo Abe, ele declarou que os líderes mundiais deveriam ‘’admitir que a utilização de armas químicas pelas Síria não era apenas uma tragédia, mas também uma violação do direito internacional, que precisa ser resolvida.’’
Já o presidente François Hollande, que também defende uma intervenção mesmo sem o respaldo da ONU, se reuniu com o premiê turco Recep Tayyp Erdogan, que apoia a iniciativa, e disse que espera "avanços políticos", em relação à questão.
No fim de semana, membros dos 28 países da União Europeia vão se reunir em Vilnius, na Lituânia, para articular uma posição comum em torno da questão síria.
De acordo com a imprensa turca, as forças armadas estão sendo reforçadas na fronteira, na expectativa de um conflito.
Presidente americano também busca apoio interno
O presidente Barack Obama também telefonará nesta quinta-feira para alguns parlamentares, com o objetivo de obter apoio para a intervenção na Síria. Nos últimos dias, a equipe de Obama tem agido,para convencer deputados e senadores a uma ação contra Bashar al-Assad, acusado do ataque químico do dia 21 de agosto.
Apesar da comissão de Relações Exteriores do Senado ter adotado ontem um projeto que autoriza uma ofensiva em território sírio, o caminho será longo até a obtenção de uma aprovação no Congresso.
A Câmara de Representantes também deverá apresentar um projeto, que depois deverá ser unificado e debatido com o do Senado, e em seguida ser apresentado no Congresso, no dia 9 de setembro.
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