Militares no Egito anunciam prisão de Mohamed Badie, líder da Irmandade Muçulmana
O líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, foi preso nesta madrugada, em mais um sinal do cerco das autoridades egípcias aos islamitas do grupo. A possibilidade da liberação do ex-presidente Hosni Mubarak pode gerar pode gerar ainda mais violência no país, mergulhado em uma grave crise política.
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Hugo Bachega, correspondente da RFI no Cairo
Badie, de 70 anos, é a autoridade suprema da Irmandade, e foi capturado em um bairro no Cairo reduto de islamitas. Ele é acusado de incitação à violência, e seu julgamento deve começar no dia 25 de agosto.A prisão é mais um duro golpe à Irmandade Muçulmana.
Diversos líderes do grupo foram detidos desde a deposição do ex-presidente Mohamed Mursi pelas Forças Armadas egípcias no dia 3 de julho. O próprio Mursi é mantido preso desde então em um local não revelado e incomunicável.
A violência no Egito diminuiu nos últimos dias, após uma onda de conflitos que deixou cerca de 900 mortos iniciada com a ação de agentes de segurança para remover à força na última quarta-feira milhares de manifestantes que estavam nas ruas exigindo a restituição de Mursi.
Ontem, um novo elemento capaz de causar mais violência surgiu: a possibilidade do ex-presidente Hosni Mubarak ser libertado nos próximos dias. A informação foi dada pelo advogado do ex-ditador, mas não foi confirmada oficialmente.
Mubarak é acusado de diversos crimes, inclusive o de ordenar a repressão a manifestantes que protestavam contra o seu governo em 2011, o que deixou dezenas de mortos. Ele foi absolvido de uma acusação de corrupção e, segundo seu advogado, poderá ser libertado nos próximos dias.
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