Partidários de Mursi vão às ruas em apoio ao ex-presidente
Milhares de partidários islamitas do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi deverão tomar as ruas do país hoje para protestar contra o que chamaram de golpe militar e a nomeação de um governo interino.
Publicado em:
Hugo Bachega, correspondente da RFI no Egito
A transição se anuncia delicada no Egito. O presidente interino Adly Mansur tomou posse ontem e já enfrenta nesta sexta-feira a ameaça de distúrbios à margem dos protestos convocados pelos islamitas em todo o país contra o que eles chamam de golpe militar contra o presidente Mohamed Mursi e as detenções apontadas como arbitrárias de dezenas de integrantes da Irmandade Muçulmana.
Os protestos convocados pelo partido serão o primeiro teste para o exército egípcio, que depôs Mursi há dois dias após milhões de opositores terem ido às ruas exigindo a sua saída. As manifestações de hoje foram chamadas de “Sexta-feira da Rejeição”.
Durante a madrugada, ataques foram registrados na península do Sinai, que faz fronteira com Israel, e na cidade natal de Mursi, que deixaram dezenas feridos, gerando temores sobre um aumento da violência nos protestos de hoje.As Forças Armadas anunciaram que irão garantir o direito de protesto, mas alertaram contra violência e destruição. Os militares também pediram por calma e união.
Mursi e diversas figuras importantes da Irmandade Muçulmana estão detidas, e outras dezenas de pessoas tiveram a prisão decretada ou estão impedidos de deixar o país.A Irmandade Muçulmana teme que com os militares no poder o grupo volte a ser perseguido, assim como no governo do ex-presidente Hoski Mubarak.Oponentes de Mursi insistem que não houve golpe no país, e que o Exército agiu para atender a vontade popular.
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