Bolívia denuncia às Nações Unidas fechamento do espaço aéreo europeu a Evo Morales
Embaixador boliviano em Paris classificou como "autoritária" a decisão de impedir que o avião presidencial do país seguisse viagem até La Paz, em função de uma suspeita de que Morales estivesse transportando o ex-agente americano Edward Snowden.
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O governo boliviano decidiu, ante à ONU e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, denunciar França, Espanha, Portugal e Itália por terem fechado o espaço aéreo de seus países ao avião que levava o presidente Evo Morales, em função de uma suspeita de que o ex-agente da Agência Nacional de Segurança dos EUA Edward Snowden estivesse sendo transportado clandestinamente.
Em entrevista à RFI, o embaixador da Bolívia em Paris, Jean-Paul Guevara, afirmou que espera respostas dos governos dos países europeus. "Essa atitude é autoritária e desrespeita qualquer tratado internacional. Até o momento, não nos deram justificativas", afirmou. Quando perguntado sobre eventuais consequências diplomáticas que o incidente pode ter, Guevara limitou-se a responder: "Veremos".
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, o governo francês alegou um problema técnico com a aeronave para negar a entrada do avião de Morales, que voava de Moscou a La Paz, em seu espaço aéreo.
Choquehuanca afirma, porém, que não havia qualquer problema com a aeronave. "Alguém espalhou uma informação falsa segundo a qual Edward Snowden sairia de Moscou no avião de Evo Morales. Por isso Portugal nos negou a passagem em seu espaço aéreo e nós tivemos que encontrar um outro plano de voo. É uma atitude extremamente discriminatória contra nosso presidente, cuja vida foi colocada em risco. Felizmente, o avião pôde aterrissar na Áustria. Agora, esperamos explicações da França e de Portugal", declarou.
O governo austríaco chegou a vistoriar o avião, quando Morales desembarcou em Viena. O presidente boliviano teria dito, durante sua visita à Rússia, que poderia conceder asilo político ao ex-agente. Snowden, entretanto, permanece na área de trânsito do aeroporto de Moscou.
A Bolívia foi um dos 21 países para os quais Snowden teria pedido asilo. A França e o Brasil também figuram na lista.
A porta-voz governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, afirmou que não são corretas as informações de que a França teria impedido Morales de cruzar seu espaço aéreo.
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