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Líbano/atentado

Libaneses manifestam contra a Síria durante enterro de general

O funeral do chefe da Inteligência no Líbano, Wissam al-Hassan, tornou-se uma manifestação violenta em pleno centro da capital do país, Beirute. Manifestantes acusavam o primeiro-ministro Najib Mikati de esconder as causas do atentado e entraram em confronto contra a polícia, que usou gás lacrimogênio e tiros para o alto para dispersar a multidão. Dezenas de manifestantes ficaram feridos. A França teme o contágio do conflito sírio aos países vizinhos. 

Multidão se reuniu no centro de Beirute para o enterro do general Wissam al-Hassan.Funeral deu lugar à violência durante manifestação
Multidão se reuniu no centro de Beirute para o enterro do general Wissam al-Hassan.Funeral deu lugar à violência durante manifestação REUTERS/Hussam Shebaro
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Antes mesmo do início do funeral do general Wissam al-Hassan, mais de duzentos jovens tentaram invadir a sede do primeiro-ministro Najib Mikati. Os manifestantes atiraram paus e pedras contra os policiais, que responderam com a aspersão de gás lacrimogênio. A maioria dos manifestantes é de origem sunita, a mesma do general morto no atentado há dois dias. Eles reivindicam a queda do governo Mikati. No meio da tarde, milhares de pessoas se reuniram na praça dos mártires, no centro de Beirute, onde instalaram cartazes, bandeiras e fotos do general Hassan, com dizeres : "Este é o mártir da justiça e da verdade".

Milhares de pessoas participaram à cerimônia religiosa na mesquita de Amine, no centro da capital libanesa. O general Hassan, que recebeu honras militares durante o funeral, foi morto com o seu motorista numa explosão de um carro bomba. Partidários do governo libanês e do presidente Michel Sleimane acusam abertamente o presidente da Síria, Bashar al-Assad, de ter planejado o atentado. O general Wissam al-Hassan era considerado como o pior inimigo do serviço secreto sírio.

Após o funeral, o líder da oposição no parlamento libanês, Fouad Siniora, comandou os gritos de ordem dos manifestantes na praça do mártires. "O governo é responsável do crime que matou Wissam. Por isso, ele deve cair. Najib Mikati não pode mais continuar no seu cargo", declarou Siniora, que também afirmou que não haverá diálogo até que o governo seja dissolvido. Por causa da crise na Síria e depois do atentado de sexta-feira, a tensão no Líbano é cada vez maior. O partido Hezbollah faz parte da composição do governo e, ao mesmo tempo, é um dos mais importantes aliados da Síria e do Irã. Por sua vez, desde março de 2011, a oposição libanesa condena o regime de Bashar al-Assad e a repressão do seu governo contra os rebeldes sírios.

O general morto no atentado de sexta-feira, Wissam al-Hassan, era responsável pelas investigações de atentados ocorridos entre 2005 e 2008, contra personalidades libanesas que se declaravam contra o regime sírio, entre eles, o ex-primeiro ministro Rafic Hariri. O general Hassan foi enterrado no mesmo mausoléu de Rafic Hariri, considerado como seu mentor.
 

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