União Europeia adota novas sanções contra regime sírio
O conflito na Síria entra hoje no vigésimo mês, sem perspectiva de solução para a guerra civil entre os opositores e as forças do regime. O mediador internacional Lakhdar Brahimi continua em visita a países da região, buscando apoio para um cessar-fogo. A tensão com a Turquia vizinha aumenta dia a dia, e o número de refugiados sírios que atravessaram a fronteira ultrapassou as 100 mil pessoas. Para aumentar a pressão sobre o regime, a União Europeia adotou hoje novas sanções contra Bashar al-Assad e seus partidários.
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A União Europeia adotou nesta segunda-feira novas sanções contra o regime de Bashar al-Assad, sancionando a atividade de empresas e administrações públicas, além de congelar os depósitos de 28 partidários do presidente sírio, que também ficam proibidos de obter visto de entrada no bloco.
A decisão foi anunciada pelos ministros europeus das Relações Exteriores, reunidos em Luxemburgo. A lista negra da União Europeia tem agora 181 personalidades sírias indesejáveis e 54 empresas sancionadas.
O emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, pediu nesta segunda-feira uma trégua na Síria durante a festa muçulmana de Aid Al-Adha no final de outubro.
Durante uma visita a Teerã neste domingo, onde ele encontrou o presidente Mahmoud Ahmadinejad, um dos principais aliados de Assad, Brahimi pediu o apoio das autoridades iranianas para o cessar-fogo durante a comemoração de Aid al-Adha.
Uma das festas mais sagradas do mundo muçulmano, essa festa dura três dias e marca o momento culminante do ritual da grande peregrinação muçulmana à Meca na Arábia Saudita. Este ano o Aid al-Adha será celebrado a partir do dia 26 de outubro.
Depois de Teerã, o emissário internacional desembarcou em Bagdá. O governo iraquiano evita pedir a saída de Bashar al-Assad, mas insiste na necessidade de colocar um final ao conflito.
Segundo o Observatório sírio dos direitos humanos, mais de 33 mil pessoas morreram em 19 meses de conflito, enquanto outras 340 mil fugiram para os países vizinhos e cerca de 2 milhões tiveram que abandonar suas casas e se instalar em outras regiões do país e necessitam de ajuda, segundo a ONU.
Rebeldes e soldados continuam a combater em três frentes principais: a província de Damasco, Aleppo (norte) e Idlib (noroeste).
Refugiados
A agência turca que administra situações de urgência anunciou nesta segunda-feira que os refugiados sírios acolhidos em 12 campos do sul da Turquia já ultrapassam cem mil.
A Turquia, que se impôs pouco a pouco como um dos líderes da oposição internacional ao presidente sírio Bashar al-Assad, pediu em vão à ONU que construa campos em uma zona protegida dentro da próprio Síria.
A tensão entre a Turquia e a Síria se acentuaral ao longo das duas últimas semanas, desde que os combates entre soldados e rebeldes sírios fizeram vítimas em território turco.
O ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, anunciou neste domingo o fechamento do espaço aéreo turco aos aviões sírios, depois que a Síria proibiu neste sábado que todos os aparelhos civis turcos sobrevoem seu território.
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