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Iêmen/Crise

Forças do Iêmen matam 46 pessoas em dois dias de manifestações

As forças de segurança do governo de Ali Abdallah Saleh mataram nesta segunda-feira pelo menos 20 pessoas, entre elas, duas crianças e três soldados dissidentes, segundo fontes médicas. Os ataques aconteceram durante uma nova manifestação realizada por milhares de pessoas nas ruas de Sanaa, capital do Iêmen, para pedir reformas políticas no país e protestar contra a repressão violenta.

Protestos em Sanaa no domingo 18/09/2011
Protestos em Sanaa no domingo 18/09/2011 Reuters
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As crianças que morreram - um bebê de 10 meses e seu irmão de dez anos - estavam com a família dentro de um carro que circulava perto da praça onde acontecia a repressão contra manifestantes. "Meu bebê morreu nos meus braços", lamentou a mãe, no hospital.

No dia anterior, com a forte repressão das forças de segurança, o número de mortos chegou a 26 na capital.

A Anistia Internacional fez um apelo pedindo o fim imeadiato da repressão e do uso excessivo da força. "Os abusos cometidos pelas forças iemenitas são totalmente inaceitáveis e devem acabar. Os responsáveis por atrocidades contra os direitos humanos devem responder por seus atos", diz a organização em um comunicado.

O ministro das Relações Internacionais do país, Abubakr Abdullah Alqerbi, participou de uma reunião em Genebra do Conselho dos Direitos Humanos da ONU e disse que "o governo vai investigar e punir os responsáveis por esses atos".

A onda de violência no país já dura desde fevereiro, quando os opositores do regime começaram a organizar protestos pedindo a saída do presidente Ali Abdalha Saleh, no poder desde 1978.

Proposta da ONU

O emissário das Nações Unidas no Iêmen, Jamal Benomar, e o mediador do Golfo para a crise iemenita, Abdellatif al-Zayani, chegaram a Sanaa nesta segunda-feira para participar da cerimônia de assinatura de um documento da ONU. Ele propõe um plano de saída da crise elaborado pelo Conselho de Cooperação do Golfo, em parceria com os Estados Unidos e a União Europeia. Hospitalizado desde 4 de junho, Ali Abdallah Saleh pediu ao seu vice-presidente para negociar com a oposição a transferência do poder, conforme este plano.

O texto prevê a formação de um governo de reconciliação com a demissão do presidente, que em troca pede imunidade para si e para pessoas próximas. Com a aplicação do plano, o país teria eleições presidenciais antecipadas abrindo caminho para a democratização.

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