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Líbia/Guerra

Cidade estratégica no leste da Líbia é retomada por insurgentes

Após uma noite de combates, neste sábado opositores do regime líbio de Muammar Kadafi retomaram o controle da cidade de Ajdabiah com a ajuda de aviões enviados pela coalizão internacional. Forças do ditador fugiram pelo oeste.

Insurgentes líbios perto da cidade de Ajdabiyah, no dia 21 de março.
Insurgentes líbios perto da cidade de Ajdabiyah, no dia 21 de março. REUTERS/Finbarr O'Reilly
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O governo líbio declarou que as forças pró-Kadafi decidiram deixar a cidade depois da chegada das aeronaves internacionais, que bombardearam áreas ocupadas pelo regime. Insurgentes que haviam perdido o controle da cidade na semana passada puderam voltar a Ajdabiah, situada a 160 quilômetros ao sul de Benghazi, o principal centro da rebelião contra Kadafi.

Esta é a primeira vez desde o início da ofensiva internacional, em 19 de março, que os opositores do ditador líbio conseguem retomar o controle de uma cidade.

Um porta-voz da organização dos insurgentes informou que nove civis foram mortos e outros nove ficaram feridos nos combates em Ajdabiah neste sábado.

Segundo uma fonte médica, 21 corpos de combatentes ligados a Kadafi foram encontrados no deserto após a intervenção da coalizão. 

Insurgentes agradecem ajuda da coalizão

Neste sábado, o jornal francês Le Figaro publicou uma carta escrita pelo dirigente do Conselho Nacional de Transição da Líbia, Mahmoud Jibril, destinada ao presidente da França, Nicolas Sarkozy. No texto, ele agradece o apoio do líder francês e qualifica os soldados franceses de "libertadores".

"Vocês conseguiram, em plena noite, destruir os tanques que se preparavam para entrar em Benghazi e martirizar as pessoas sem defesa. O povo líbio os vê como libertadores. O nosso reconhecimento será eterno", diz o texto.

Em outro trecho, Mahmoud Jibril pede que não haja uma intervenção por terra das forças internacionais:

"Não queremos forças externas. Não precisamos. Vamos, graças a vocês, ganhar a primeira batalha. E venceremos pelos nossos próprios meios a batalha seguinte. A nossa libertação é para amanhã".

Aviões da coalizão também realizaram ações em outros pontos do país. Na noite de sexta-feira, fizeram ataques à cidade de Zliten, localizada a 160 quilômetros a leste de Tripoli, e a uma área militar em Tajoura, no subúrbio da capital.

Obama elogia intervenções da coalizão internacional

O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou, neste sábado, que as forças de coalizão estão atuando de forma “clara, focada e bem sucedida”.

“Estamos protegendo o povo líbio das forças de Kadafi. Declaramos uma zona de exclusão aérea e tomamos outras medidas para prevenir futuras atrocidades. Graças a esta rápida ação, evitamos uma catástrofe humanitária e inúmeras vidas de civis inocentes, homens, mulheres e crianças foram salvas”, disse Obama.

O presidente dos Estados Unidos afirmou ainda que não serão enviadas forças terrestres para a Líbia:

"Como eu já tinha dito, o papel das forças norte-americanas é limitado. Não vamos colocar forças terrestres na Líbia”.

O embaixador da Rússia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Dimitri Rogozin, afirmou neste sábado que qualquer intervenção terrestre na Líbia equivaleria a uma ocupação e disse que a operação militar atualmente em curso deve respeitar e ajustar-se à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Empreender uma operação terrestre seria interpretado como uma ocupação da Líbia, e isto contradiz diretamente os termos da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU", afirmou o embaixador, em Bruxelas.

A Rússia, que tem direito de veto no Conselho de Segurança, absteve-se da votação do dia 17 de março que aprovou a resolução 1973, autorizando a intervenção da coalizão internacional na Líbia para estabelecer uma zona de exclusão aérea e proteger a população civil.

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