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Egito/Crise

Mubarak forma novo governo, mas protestos continuam

A oposição, liderada por Mohamed ElBaradei, convocou uma greve geral para hoje e uma passeata gigantesca para amanhã. A manifestação deve reunir milhões de pessoas nas ruas do Cairo, uma semana após o início da revolta que já deixou pelo menos 125 mortos.

Egito vive mais uma noite de tensão, um dia depois que o presidente Hosni Mubarack faz novas promessas à população.
Egito vive mais uma noite de tensão, um dia depois que o presidente Hosni Mubarack faz novas promessas à população. Reuters
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O povo egípcio, ignorando o toque de recolher prolongado pelo regime, passou mais uma noite nas ruas do Cairo exigindo a queda do presidente Hosni Mubarak. Os manifestantes garantem que não vão abandonar os protestos enquanto Mubarak não renunciar e prometem paralisar o país nesta segunda-feira.
Convocando o Exército a escolher entre o Egito e o presidente, a população começa a se aproximar cada vez mais dos soldados, que tentam manter a ordem e parecem ser o único pilar que sustenta o presidente no poder. Os manifestantes oferecem comida aos soldados que ocupam as ruas e os chamam de irmãos, na tentativa de sensibilizá-los a dar as costas ao ditador.

Uma gigantesca passeata popular está prevista para amanhã para exigir a democracia no país. Os organizadores esperam reunir milhões de manifestantes nas ruas nesta terça-feira.

O presidente Mubarak continua tentando conter a pressão popular. Em uma declaração à televisão egípcia na noite de domingo, ele prometeu lutar contra todas as formas de corrupção e disse que está aberto a dialogar com todos os partidos com o objetivo de promover reformas políticas, econômicas, constitucionais e legislativas.

Oposição

O prêmio Nobel da Paz 2005, Mohamed ElBaradei, foi indicado pela oposição como o melhor nome para negociar com o atual regime. ElBaradei motivou os manifestantes reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, afirmando que "o Egito está entrando em uma nova era".

ElBaradei disse que o melhor seria se Hosni Mubarak deixasse o país, abrindo espaço para a transição de um governo de união nacional e, em seguida, a organização de eleições livres. O opositor também afirmou que vai entrar em contato brevemente com o exército para pedir sua colaboração.

A TV a cabo árabe Al-Jazira, que vem dando ampla cobertura aos fatos, foi proibida no país. O toque de recolher foi prolongado por mais uma hora a partir desta segunda-feira e vai vigorar das 10h da manhã no horário de Brasília até as cinco da manhã do dia seguinte.

Turistas

A embaixada dos Estados Unidos no Cairo anunciou que está organizando a retirada dos americanos a partir desta segunda-feira. Líbano, Líbia e Turquia também colocaram aviões à disposição de seus cidadãos.

No aeroporto do Cairo, o clima é tenso. Centenas de turistas e egípcios, assustados com a situação, se amontoam nos balcões das companhias aéreas, tentando deixar o país. As agências de viagens estrangeiras suspenderam as excursões ao Egito.

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