Novas manifestações na Tunísia pedem fim do governo de transição
Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado em Túnis, na capital da Tunísia, pedindo a dissolução do governo transitório, sem a presença de integrantes do antigo regime do presidente Ben Ali. Nos protestos, os participantes, entre eles diversos policiais, também pediram melhores condições de trabalho.
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A União Geral dos trabalhadores tunisianos, a principal central sindical do país, também pediu nesta sexta-feira o fim do governo de transição e a formação de um novo gabinete. A UGTT, uma das peças chaves no movimento que ficou conhecido como a Revolução Jasmin, não reconhece a legimitidade da nova formação governamental. "O Comitê da UGTT reuniu-se nesta sexta-feira pedindo que seja criado um governo que responda às exigências das ruas e partidos políticos", declarou o secretário-geral do sindicato, Abidi Briki.
Em todo o país, a população continua indo às ruas para pedir a demissão do governo. Ainda nesta sexta-feira, na sede do executivo, em Túnis, alguns funcionários jogaram pela janela fotos oficiais do ex-presidente Ben Ali. Dois representantes da oposição também anunciaram sua futura candidatura às eleições presidenciais: o jornalista Taoufik Ben Brik e o ativista Moncef Markouki.
O ministro do Interior, Ahmed Friaa, também anunciou que Imed Trabelsi, sobrinho do presidente deposto Zine Ben Ali e um dos símbolos da corrupção no país, está vivo e sendo interrogado pela polícia. Imed, sobrinho da segunda esposa de Ben Ali, Leila Trabelsi, havia sido dado como morto.
Nesta quinta-feira, a polícia tunisiana anunciou que 33 membros da família Ali foram presos, mas não se sabia que Imed estava entre eles. Na França, Imed foi indiciado por roubo e formação de quadrilha. Em maio de 2007, a França pediu sua extradição, mas as autoridades tunisianas se recusaram a entregá-lo.
Paralelamente, o Ministério da Educação anunciou, neste sábado, que as universidades devem começar a reabrir as portas nesta terça-feira. Os cursos, entretanto, voltarão ao normal paulatinamente, já que o toque de recolher ainda está em vigor no país das 20H às 05H.
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