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RÉVEILLON/SEGURANçA

Paris tem réveillon sem champanhe e fogos de artifício

Enquanto nas principais capitais do mundo turistas aguardam com expectativa os espetáculos de luzes e fogos de artifício, Paris terá mais uma vez um réveillon dos mais sem graça da Europa. A obsessão das autoridades francesas pela segurança proíbe fogos de artifício e venda de bebidas alcoólicas nas zonas turísticas da capital como a esplanada da Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e a praça do Trocadero.

Show pirotécnico em Sydney, na Austrália, três horas antes do Ano Novo.
Show pirotécnico em Sydney, na Austrália, três horas antes do Ano Novo. Reuters
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O mundo se prepara para celebrar a chegada de 2011. Na Europa, o Papa Bento 16 celebra uma missa no Vaticano às 17 horas locais, 14 horas no horário de Brasília, fechando a missa com o tradicional hino católico Te Deum, que marca o encerramento do ano.

Seguindo a tradição, chefes de Estado e de governo europeus se dirigem à população em discursos de Ano Novo, em que apresentam suas prioridades para 2011. É o caso da alemã Angela Merkel, que vai defender a estabilidade do euro, e de Nicolas Sarkozy, praticamente em campanha para sua reeleição em 2012.

Enquanto nas principais capitais do mundo turistas aguardam com expectativa os espetáculos de luzes e fogos de artifício, Paris mais uma vez terá um Reveillon dos mais sem graça da Europa. A obsessão das autoridades francesas pela segurança proíbe fogos de artifício, venda de bebidas alcoólicas nas zonas turísticas da capital, como a esplanada da Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e a praça do Trocadero, onde fica o momumento em homenagem aos direitos humanos.

Milhares de pessoas são esperadas nas ruas à meia noite, para um brinde coletivo de boas vindas a 2011. Mas atenção: a polícia proibiu novamente as garrafas de vidro e promete confiscar, como fez no ano passado, garrafas de champagne dos desavisados que insistirem na desobediência. Um dispositivo policial de mais de 50 mil homens foi mobilizado em todo o país, 10 mil em Paris. O Ano Novo na França é marcado há vários anos pela queima de carros.

 Carros queimados

 A Secretaria de Segurança Pública de Paris mobilizou mais de 10 mil funcionários para a noite do Ano Novo, principalmente na avenida Champs Elysée. Policiais, bombeiros e médicos, além de voluntários de diversas associações estarão nas ruas para prevenir incidentes que se transformaram em verdadeiros rituais no réveillon parisiense e em outras cidades da França, como incendiar os carros estacionados nas ruas.

A moda pegou no início dos anos 90, em Estrasburgo, na Alsácia, e se disseminou pelo país. Em outubro de 2005, durante os conflitos entre os jovens de Clichy sous Bois, no subúrbio da capital, e a polícia, mais de nove mil veículos foram incendiados.

Os carros-queimados, tornaram-se, então, um símbolo da falta de segurança nas periferias das grandes cidades francesas. Os tumultos em Clichy, que tiveram grande repercussão na imprensa mundial, também culminaram na morte de quatro pessoas e deixaram centenas de feridos.

Desde então, o número de carros queimados no Ano Novo é cada vez maior. Neste ano, o ministro do Interior, Brice Hortefeux, declarou que não irá divulgar nenhum balanço de veículos incendiados na noite do dia 31. O objetivo, segundo ele, é evitar um concurso entre os delinquentes. Para a deputada socialista Delphine Batho, o governo tenta ocultar dados que revelam um aumento da violência.

Em 2009, o ministério anunciou um total de 1713 carros queimados e 549 pessoas detidas, mas uma análise mais aprofundada feita pela imprensa, com base nos números de todas as secretarias de segurança pública francesa, mostraram que os números oficiais ficaram bem aquém das estatísticas reais.

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