WikiLeaks expõe críticas da diplomacia americana ao Vaticano
As novas revelações do site WikiLeaks atingem agora o Vaticano. Segundo documento diplomático dos Estados Unidos revelado pelo site e publicado pelo jornal britânico “The Guardian”, a Santa Sé não permitiu que seus funcionários testemunhassem e não quis cooperar com uma comissão criada na Irlanda para investigar as denúncias de pedofilia de sacerdotes de Dublin.
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Um telegrama da embaixada americana a Roma revela que a comissão Murphy, encarregada de investigar sobre casos de pedofilia praticados por religiosos na Irlanda, escreveu uma mensagem diretamente ao Vaticano para pedir colaboração nas investigações. O pedido não passou pelos trâmites diplomáticos tradicionais, o que teria irritado as autoridades católicas que consideraram a iniciativa como uma afronta à « soberania do Vaticano”.
Publicado em novembro de 2009, depois de três anos de trabalho, o relatório da comissão Murphy revelou que os responsáveis pela diocese de Dublin acobertaram casos se abuso sexual cometidos contra crianças pelos sacerdotes. Em outro telegrama revelado pelo WikiLeaks, o embaixador da Irlanda no Vaticano, Noel Fahey, afirma que essa foi a “crise mais difícil” que ele teve de administrar”.
O jornal americano “The New York Times” também trouxe novas revelações. De acordo com o jornal, outros telegramas dos diplomatas americanos acusam alguns membros da cúpula do Vaticano possuem “traços de sentimentos antissemitas”. Os diplomatas americanos afirmam que o Vaticano é um Estado fechado, provinciano e antiquado.
O Vaticano declarou neste sábado que esses telegrmas reflatem apenas “a opinião das pessoas que os escreveram” e considerou “extremamente grave” a publicação de documentos confidenciais”. O embaixador americano no Vaticano, Miguel Diaz, também condenou a publicação do correio diplomático.
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A divulgação dos documentos da Embaixada dos EUA no Vaticano coincidiu com a realização de protestos hoje em várias cidades do mundo, entre elas Barcelona, Amsterdam, Buenos Aires, México, São Paulo, Bogotá e Lima contra a prisão do fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange.
Na França, uma sondagem do instituto Ifop revela que 54% dos franceses se dizem favoráveis à difusão de informações confidenciais pelo WikiLeaks. Os jovens que se identificam com políticas de esquerda são os que mais apóiam o site.
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