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Grécia: Tsipras celebra um ano de governo em clima explosivo

Um ano após assumir o governo da Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras sofre para tirar seu país da crise. Essa é a análise da imprensa francesa nesta segunda-feira (25), ao fazer um balanço do primeiro aniversário do partido da esquerda radical Syriza no poder.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, avalia seu primeiro ano de governo.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, avalia seu primeiro ano de governo. REUTERS/Alkis Konstantinidis
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Para o conservador Le Figaro, Tsipras não cumpriu suas promessas. Os gregos esperavam uma retomada da atividade econômica e um rompimento com as velhas práticas políticas no país. Um ano depois, o PIB contraiu 7% e o nepotismo continua em Atenas, beneficiando o círculo mais próximo do jovem premiê, diz o jornal.

Neste clima de insatisfação crescente, uma terceira greve geral está agendada para o dia 4 de fevereiro. Os credores do país também aguardam pelas reformas que custam a ser aplicadas, principalmente a das aposentadorias. Do jeito que está, afirma Le Figaro, em cinco anos o sistema de pensões explodirá. E, diante da falta de controle das fronteiras gregas, muitos europeus querem a exclusão do país da União Europeia, afirma o texto.

Segundo o jornal, a crise migratória no continente ofuscou apenas momentaneamente o grave caso grego, mas agora o país deve voltar com força a ser uma das prioridades de Bruxelas. É o efeito "boomerang" descrito pelo Le Figaro.

Velinha em clima explosivo

Para Libération, é em clima explosivo que Tsipras vai soprar a velinha do primeiro aniversário no poder. O primeiro-ministro descobre "brutalmente as agruras da impopularidade", diz o jornal ao relatar incidentes que revelam o mal-estar no país. Recentemente, uma bandeira com o símbolo do partido Syriza foi rasgada e incendiada no norte do país. Em outro episódio constrangedor para o governo, um ministro ficou doze horas confinado em uma sala para evitar enfrentar uma multidão revoltada que o aguardava na rua.

Meses depois de acalentar a imagem de "bom moço", e de chegar ao poder como o único capaz de enfrentar as exigências dos credores, Tsipras sente agora o vento soprar do lado contrário. Bastou apresentar o projeto de reforma da aposentadoria e da seguridade social para desencadear a revolta de todos os setores da sociedade contra uma avalanche de impostos.

Um especialista ouvido pelo Libération avalia que a alta dos impostos atingiu em cheio pequenos empresários e agricultores, dois importantes pilares da economia grega. O otimismo demonstrado por Tsipras no Fórum Econômico Mundial de Davos não convence o povo grego. Segundo o jornal, 85% dos gregos não aprovam a ação do atual governo.

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