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França: partidos políticos se articulam após vitória da extrema-direita

Faltando um ano e meio para a próxima eleição presidencial, a ascensão histórica do partido da extrema-direita, Frente Nacional (FN), no 1° turno das eleições regionais, provocou um terremoto na cena política francesa. Direita e esquerda começaram a se articular para evitar que FN vença no segundo turno, no domingo (13).

Christophe Castaner, líder dos socialistas no sul da França, anuncia a derrota do partido, em 3° lugar com 16,59% de votos.
Christophe Castaner, líder dos socialistas no sul da França, anuncia a derrota do partido, em 3° lugar com 16,59% de votos. AFP/Bertrand Langlois
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O que fazer diante da vitória do partido da extrema-direita em seis regiões, com mais de 28% de votos, no primeiro turno das eleições regionais?

Tanto para a direita quanto para a esquerda, a resposta é clara: impedir que no segundo turno a Frente Nacional conquiste as regiões em que obtiveram seus votos. Para que isso aconteça, é preciso, obrigatoriamente, um remanejamento das peças no xadrez político do país, com desistências e alianças.

A ameaça à República democrática é apontada por toda a imprensa do país.

Socialistas: a ordem é se retirar

O líder do Partido Socialista (PS), Jean-Christophe Cambadélis, foi o primeiro a se posicionar em nome de uma "barreira republicana" que una os votos da esquerda com os da direita. Ele anunciou a retirada dos candidatos do partido em duas regiões (Picardia e Provença-Alpes-Côte d'Azur), um "sacrifício" para os socialistas que renunciam às regiões durante os próximos seis anos. Cambadélis também pediu a Jean-Pierre Masseret, que teve votação fraca na região Alsácia-Champagne-Ardenne-Lorraine, de retirar sua candidatura para dar espaço ao candidato de centro-direita, Philippe Richert, para enfrentar o rival da FN, Florian Philippot. O socialista se recusa a sair e Cambadélis alertou que a decisão vem da célula central do PS e tem que ser respeitada. "Quem não obeceder vai perder a etiqueta de socialista", avisou.

O primeiro-ministro socialista Manuel Valls falou pela primeira vez depois da derrota em entrevista ao canal de TV TF1. Em acordo com a decisão do partido, ele pediu para os eleitores votarem para a direita nas regiões onde o PS se retirou, para bloquear a FN. Valls também manifestou seu apoio aos dez candidatos socialistas e radicais que ainda competem em outras regiões e criticou a posição de Nicolas Sarkozy.

Sarkozy intransigente

O ex-presidente Nicolas Sarkozy, cujo partido Os Republicanos e seus aliados ficou em segundo lugar com 27,5% de votos em quatro regiões, mantém uma posição inflexível: "Nem desistência nem aliança no segundo turno".

Sarkozy declarou que o resultado deste turno mostra que os franceses desejam "que a República não recue mais, como vem acontecendo há quatro anos"; e reafirmou que não aprova nenhuma forma de união com o Partido Socialista no segundo turno.

Mas nem todos os aliados do ex-presidente pensam da mesma forma. Os centristas da UDI já avisaram que não concordam e têm a intenção de retirar seu candidato, que ficou na terceira posição, para impedir que a Frente Nacional avance.

O que pensam os franceses

Em caso de duelo da direita com a Frente Nacional no segundo turno, as pesquisas apontam que 59% dos franceses votariam para as alianças da direita Os Republicanos-UDI-MoDem, contra 41% para as da Frente Nacional.

A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, denunciou "o suicídio coletivo do PS", diante da retirada dos socialistas. Ao lado da sobrinha, Marion Le Marechal-Le Pen, ela lidera os melhores resultados do primeiro turno.

 

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