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Pesquisas preveem vitória da extrema-direita nas eleições regionais

A quase um dia do primeiro turno das eleições regionais na França, o partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) lidera as mais recentes pesquisas de intenção de voto. A legenda está levemente à frente dos Republicanos e dispara diante do Partido Socialista (PS), o que pode consolidar uma vitória inédita no domingo (6). Nas últimas horas de campanha eleitoral nesta sexta-feira (4), os líderes empreendiam todos os seus esforços na briga pelos votos dos franceses.

A presidente da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, prevê uma grande vitória do partido nas eleições regionais deste domingo (6).
A presidente da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, prevê uma grande vitória do partido nas eleições regionais deste domingo (6). REUTERS/Pascal Rossignol
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A escalada da extrema-direita não foi barrada nem mesmo pelo contexto delicado no país, depois dos atentados de 13 de novembro em Paris. Apesar do aumento expressivo da popularidade do presidente francês François Hollande após os ataques, 22% em apenas um mês, as opiniões da população sobre o FN não se abalam.

Alguns especialistas apontam que o discurso do medo dos imigrantes e refugiados, martelado pela líder Marine Le Pen, chegou a contribuir para a guinada de sua legenda. Durante a campanha, a presidente do FN insistiu que ao menos dois dos homens-bomba dos atentados chegaram à França pela Grécia, por onde um imenso fluxo de estrangeirous entrou na União Europeia nos últimos meses.

"O partido que realmente se beneficia desses acontecimentos é o FN, com o tema: 'nós avisamos'", estima Jean-François Doridot, do instituto francês de pesquisas Ipsos.

30% das intenções de voto

Em uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal francês Le Parisien, o partido de extrema-direita lidera as preferências no país. Segundo a sondagem, o FN reúne 30% das intenções de voto, apenas um ponto na frente dos Republicanos, do ex-presidente Nicolas Sarkozy (29%). Já o PS, de François Hollande, está longe de seus opositores e teria apenas 22% das escolhas.

Caso o resultado apurado pelas pesquisas se confirme, a legenda de Marine Le Pen deve se sair vitoriosa em ao menos três regiões no segundo turno. O FN obteria mais votos em Nord-Pas-de-Calais-Picardie (norte), Provença-Alpes-Côte d'Azur (sul) e Alsácia-Champagne-Ardenne-Lorraine (leste).

"Há vários meses, eu dizia que teríamos possibilidade de vitória em quatro ou cinco regiões", comemora antecipadamente Marine Le Pen.

Catástrofe para a direita, decepção para a esquerda

O cenário é uma catástrofe para a direita, que finalmente obtém uma expressiva diferença de intenção de votos sobre a esquerda, mas que é inútil diante da alta popularidade do FN. A esperada vitória da extrema-direita, no entanto, se mostra prejudicial para a maioria dos partidos tradicionais.

"A extrema-direita cresce porque os franceses estão furiosos", estima o ex-primeiro-ministro conservador François Fillon.

Já para o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, a simpatia dos eleitores pelo FN é "uma decepção". O chefe do governo socialista pede que a população faça das eleições regionais uma manifestação nacional em prol da República.

"O FN não é a França, é o medo", lamenta o primeiro secretário do Partido Socialista, Jean-Christophe Cambadélis.

Abtenção deve marcar as votações

Todos os esforços por parte da direita e da esquerda para a mobilização do eleitorado devem ser em vão. Tradicionalmente, as eleições regionais não interessam à maioria dos franceses. A maior vitória nas urnas ainda deve ser a da abstenção, que nas últimas edições do pleito ficou em torno dos 50%.

O grande temor da esquerda e da direita, contudo, é em relação ao que a popularidade do FN pode acarretar para as eleições presidenciais de 2017. Os dois turnos das regionais serão a última vez que os franceses irão as urnas antes de escolher o próximo chefe de Estado. Até o momento, as pequisas de intenção de voto apontam também a liderança de Marine Le Pen no primeiro turno das eleições presidenciais, daqui a menos de dois anos.

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