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Reportagem

Desenvolvimento sustentável é preocupação palpável na Expo 2015

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A problemática do desenvolvimento sustentável é um dos principais temas abordados pelos países participantes da Exposição Universal de Milão, que abriu suas portas nesta sexta-feira (1°) e vai até o dia 31 de outubro. Vários pavilhões abordam a temática para discutir fórmulas sobre o futuro da alimentação do planeta. Brasil e França tratam, cada um da sua maneira, a delicada questão.

Com mais de 2 000 m2, o pavilhão francês sertá desmontado depois da Expo 2015
Com mais de 2 000 m2, o pavilhão francês sertá desmontado depois da Expo 2015 alimentation.gouv © CMC / XTU / STUDIO A. RISPAL
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Enviado especial a Milão

A preocupação do desenvolvimetno sustentável é palpável nos pavilhões nos pavilhões da Expo 2015, que tem como tema principal “Alimentando o planeta, energia para a vida”. Se alguns países trataram o assunto por meio de exposições artísticas ou animações lúdicas, outros, como a França, adotaram critérios de sustentabilidade também na construção do prédio que os representa no evento.

“Podemos dizer que a própria essência da nossa presença é baseada nos princípios do desenvolvimento sustentável, pois o pavilhão francês, construído de madeira natural vinda da região do Jura, vai ficar aqui durante 184 dias, mas depois será desmontado. É a primeira vez que isso acontece. Em seguida, ele poderá ser montado em um outro lugar”, explica Eva Baldessin, comissária geral adjunta da participação da França na exposição.

Os visitantes podem conhecer a variedade da agricultura do país antes mesmo de entrar no prédio, já que o percurso traz um jardim com amostras do que a França cultiva de melhor. Produtos diversos, vídeos e instalações artistícas são expostos do lado de dentro e gastronomia francesa é representada também em um restaurante.

“Preferimos começar pelos grandes clássicos que representam a França, como o gratin dauphinois ou o hachis parmentier. Mas depois, durante os próximos seis meses, cada mês vamos ter um chef diferente que vai se exprimir usando ingredientes de uma região do país”, comenta o cozinheiro Régis Marcon, que já foi premiado com o Bocuse d’Or, e que deu o pontapé inicial da programação no belo espaço no segundo andar do pavilhão.

A França também expõe o trabalho da artista Pauline Daniel que, para chamar a atenção sobre o desperdício de alimentos, realizou obras a partir de frutas e legumes considerados impróprios para a venda e rejeitados pelos supermercados por não entrarem em um determinado padrão estético. Uma grande conferência sobre o tema “Agricultura e mudanças climáticas” também será realizada em outubro para fechar o ciclo de 46 debates promovidos todas as quartas-feiras no Palazzo delle Stelline, no centro histórico de Milão.

Brasil entre sustentabilidade e a polêmica do OGM

O Brasil, um dos maiores produtores mundiais de uma infinidade de produtos, do açúcar ao café, passando pela carne bovina e o suco de laranja, também abraçou a questão da sustentabilidade. No entanto, mesmo se a diversidade brasileira é uma vantagem, o uso de transgênicos nem sempre é visto com bons olhos.

O representante da Embrapa na Europa, Pedro Arcuri, foi questionado logo na inauguração do pavilhão brasileiro na Expo 2015 se defender o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo autorizar transgênicos não seria incoerente.

Para ele, “o uso de ciência no desenvolvimento de material geneticamente modificado faz parte da busca de uma agricultura tropical sustentável que, para um ambiente tropical, como no caso do Brasil, implica no uso de menor quantidade de substâncias tóxicas, que são causadoras de danos à saude dos animais, do meio ambiente e dos seres humanos”. Mas ele lembra que, até hoje, “não foi demonstrado de uma forma irrefutável que os OGM (Organismos geneticamente modificados), especialmente os grãos, causem dano a saúde humana”.

Arcuri ressalta que o Pavilhão brasileiro também apresenta tecnologias que são propostas para a intensificação da produção de uma forma sustentável. O objetivo é que “a agricultura seja vista e englobada numa solução dos problemas ambientais, e não ser criticada como causa de problema ambiental pela necessidade de aumentar a produção para atender ao crescimento” da populaçao mundial que, segundo as estimativas, chegará a 9 bilhões de pessoas em 2050.

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