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Reportagem

Em terceiro dia de manifestação em Brasília, indígenas cercam ministério da Justiça

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Cerca de 500 representantes de povos e organizações indígenas de todo o Brasil se reuniram em Brasília, de segunda-feira (26) até quinta-feira (29), para os eventos da Mobilização Nacional Indígena, que acontece todos os anos. Este ano, os gastos com a Copa do Mundo viraram pólvora para as reivindicações.

Protesto indígena em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, em foto desta quarta-feira, 28 de maio de 2014.
Protesto indígena em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, em foto desta quarta-feira, 28 de maio de 2014. REUTERS/Joedson Alves
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Lindomar Terena, da executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) fala sobre as exigências que os grupos trouxeram a Brasília: “destravamento da publicação das portarias declaratórias de 11 terras indígenas, fim da criminalização das lideranças quando os povos se organizam para lutar por seu território, e impedir a a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215/2000)”.

A PEC inclui entre as competências exclusivas do Congresso Nacional a aprovação de demarcação de terras indígenas e a ratificação das demarcações já homologadas. “O ministro [da Justiça, José Eduardo Cardozo] trava a assinatura das portarias porque alega que isso vai gerar violência”, aponta Terena. A PEC, que vai mudar os critérios de demarcamento, é defendida pela bancada ruralista.

Custos da Copa

Na terça-feira (27), os indígenas se juntaram a uma manifestação contra os gastos da Copa do Mundo. Na proximidade do estádio Mane Garrincha, o movimento foi recebido pela cavalaria e pela tropa de choque da PM. Houve confrontos, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e até uma flechada contra um policial. As fotos das confrontações tiveram grande repercussão no exterior.

Nesta quinta-feira, os manifestantes pela causa indígena bloquearam os acessos ao Ministério da Justiça pela manhã, exigindo uma audiência com o ministro José Eduardo Cardozo.

O Cacique Marcos Xucuru, de Pesqueira, Pernambuco, analisa que para chegar ao poder, o Partido dos Trabalhadores teve de fazer muitas alianças e numa delas comprometeu-se a não avançar no processo de demarcação de terras indígenas. “Ontem tínhamos o PT como aliado, mas não podemos mais contar com isso”, diz Xucuru.

A assessoria do ministério prometeu que o José Eduardo Cardozo iria receber as lideranças ainda nesta quinta-feira.
 

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