Ucrânia tenta debelar caos e Moscou denuncia violações de direitos humanos
Novos confrontos foram registrados nesta segunda-feira (5) no leste da Ucrânia, aumentando temores de uma guerra civil. Paralelamente, forças ocidentais tentam retomar o diálogo com a Rússia, que afirma estar preocupada com a "paz" na Europa. Moscou denuncia “violações flagrantes e generalizadas de direitos humanos”.
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Um tiroteio intenso ocorreu durante várias horas pela manhã nos arredores do reduto insurgente pró-russo de Slaviansk. Os combates deixaram pelo menos quatro mortos e 30 feridos entre os membros das forças de segurança da Ucrânia, anunciou o ministério do Interior. Os rebeldes têm utilizado a população como "escudo" e também atearam fogo em casas, de acordo com o ministério.
"Minha missão é eliminar os terroristas", declarou mais cedo o ministro do Interior, Arsen Avakov, em um posto de controle perto da zona de combate. "A única tática é avançar pouco a pouco para o centro" de Slaviansk, acrescentou.
Segundo o comandante da Guarda Nacional, Stepan Poltorak, também no local, os “adversários são bem treinados e bem equipados". O comandante rebelde Vadim Orel afirmou à AFP que o exército ucraniano atirou contra os insurgentes a partir de um helicóptero e utilizou foguetes perto de outra localidade 5 km ao sul de Slaviansk.
Paz na Europa em perigo, segundo Moscou
A Rússia, acusada pelo Ocidente e Kiev de estar por trás da desestabilização do leste e sul da Ucrânia, afirmou que a crise ameaça a estabilidade e a paz na Europa se a comunidade internacional não responder de maneira adequada às "violações em massa" dos direitos humanos.
O ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou um relatório de 80 denunciando as irregularidades. O documento, chamado de “livro branco”, foi publicado em russo e em inglês.
Por sua vez, o presidente ucraniano interino Olexander Turchinov denunciou a "guerra que está sendo travada contra nós". Segundo ele, o objetivo dos insurgentes pró-russos “é derrubar o governo em Kiev" e as provocações e incidentes podem ocorrer em todo o país. Essa expectativa cresce em relação ao dia 9 de maio (feriado na Ucrânia e na Rússia para celebrar a vitória sobre a Alemanha nazista).
Sanções econômicas
O subsecretário do Tesouro americano, David Cohen, passa pela França, Alemanha e Reino Unido de terça-feira à sexta-feira, para coordenar a adoção de sanções ligadas à crise na Ucrânia.
Segundo o Tesouro, a missão de Cohen será “planejar um leque de instrumentos suplementares, como o reforço de sanções contra diversos setores da economia russa, caso Moscou continue com o atual comportamento desestabilizador”.
O giro de Cohen também inclui uma visita a Israel, para, segundo o Tesouro, “consultas regulares sobre assuntos de interesse comum”.
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