“Drama de Odessa integra plano russo para destruir o país”, diz premiê
Mais uma noite de grande tensão na Ucrânia. Após a libertação dos 12 observadores europeus, soltos ontem (3) em Slaviansk, as forças de Kiev intensificaram a ofensiva contra outras cidades controladas pelos rebeldes e os pró-russos pensam em vingança dois dias depois da onda de violência que deixou mais de 40 mortos em Odessa. O primeiro-ministro ucraniano Arseni Iatseniuk visita neste domingo (4) a cidade portuária do sul do país e acusou a Rússia pelo drama. Um luto oficial de dois dias foi decretado na Ucrânia.
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Odessa, cidade portuária do sul do país, continua em estado de choque após o incêndio que matou cerca de 40 pessoas, a maioria de pró-russos, na noite de sexta-feira (2). O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, visita hoje na cidade e prometeu uma investigação completa e independente sobre a onda de violência. Em um primeiro discurso, o premiê disse que “o drama de Odessa integra o plano russo para destruir a Ucrânia”.
Dois dias de luto nacional pelos 42 mortos de Odessa foram decretados pelo presidente interino Olexandre Tourtchinov. Ontem, uma multidão formada principalmente por militantes pró-russos se reuniu na frente do prédio incendiado para rezar, cantar e depositar flores em memória das vítimas.
Kiev acusa Moscou
A ultima sexta-feira foi o dia mais violento na Ucrânia desde 21 de fevereiro quando dezenas de manifestantes pró-europeus foram mortos a tiros na praça da independência de Kiev. Essa violenta repressão provocou a queda do presidente Viktor Yanukovitch.
As autoridades ucranianas acusam a Rússia de estar por trás dos confrontos, de “incentivar uma verdadeira guerra para eliminar a Ucrânia e a independência do país”, segundo o premiê Iatseniuk. Moscou rejeita as acusações e considera "absurda" a manutenção da eleição presidencial no próximo dia 25 de maio que deve escolher o sucessor de Yanukovitch.
Ofensiva ucraniana
Em Kostiantynivka, a 50 km de Donetsk, vários pontos de controle e barricadas separatistas foram destruídos pelo exército ucraniano nas últimas horas, mas a prefeitura da cidade continua nas mãos dos pró-russos. Em Lugansk, as perdas foram das forças ucranianas. Dois soldados ficaram feridos num ataque rebelde. Em Kharkiv, a Justiça proibiu duas manifestações previstas para este domingo, uma pró-russa e a outra pela unidade da Ucrânia, temendo novos confrontos violentos como os ocorridos em Odessa.
Já no reduto rebelde de Slaviansk, a situação parece tranqüila neste domingo, no dia seguinte da libertação dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que eram mantidos como reféns há oito dias. Os sete estrangeiros do grupo chegaram a Berlim na noite de ontem, para grande alívio dos ocidentais. Mas os confrontos da última noite entre forças ucranianas e rebeldes separatistas mostram que a trégua esperada com a libertação dos observadores estrangeiros não aconteceu.
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