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Medidas salariais de Obama e Merkel buscam compensar empobrecimento pós-crise

Os jornais de hoje (30) analisam os discursos de Barack Obama e Angela Merkel, que dirigem respectivamente a primeira e a quarta maior economia do mundo. A imprensa francesa chama a atenção para as medidas salariais anunciadas pelos dois líderes.

O presidente americano, Barack Obama.
O presidente americano, Barack Obama. REUTERS/Kevin Lamarque
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O jornal Aujourd'hui en France conta que Obama anunciou um aumento de salário de 40% aos agentes federais, que será concedido por meio de medida provisória, instrumento que o presidente americano quer usar daqui para a frente para driblar o bloqueio da oposição republicana no Congresso.

O jornal francês comenta que o crescimento volta aos Estados Unidos, o desemprego está em queda, mas a crise deixou um balanço desconcertante. "Só 1% dos americanos mais ricos embolsaram o essencial da riqueza produzida no país depois da crise de 2009, enquanto a maioria dos americanos empobreceu", observa o Aujourd'hui en France. Assim, para dar o exemplo e corrigir essa distorção, Obama decidiu aumentar o salário dos agentes federais que ganham menos de 10 dólares por hora. "A medida vai atingir 400 mil pessoas, e nesse sentido é simbólica", assinala o jornal.

O Libération nota que Obama vai passar os próximos três anos de mãos amarradas, já que os republicanos devem ganhar as eleições de meio mandato no Congresso. Segundo o jornal, os republicanos se recusam a conceder aumentos salariais aos 17 milhões de americanos que vivem na pobreza por considerarem a medida "populista" e até "perigosa". A oposição acha que aumentar os salários pode prejudicar a criação de novos empregos. "Adeus esperança, viva a vida real", exclama o Libération.

O diário econômico Les Echos acha que a sociedade americana continua profundamente dividida, enquanto as desigualdades aumentam. A classe média aprova as decisões de Obama, mas um número considerável de americanos também acredita que a intervenção do governo na economia deve permanecer limitada.

Merkel cede

Os jornais franceses chamam a atenção para a criação do salário mínimo de 8,50 euros, a partir do ano que vem, na Alemanha. A medida deve acabar com os chamados "mini empregos" mal pagos. O jornal comunista L'Humanité considera o passo positivo, sinal de que os "atores do mundo capitalista começam a ter mais consciência das desigualdades". O diário sublinha, por outro lado, que as verdadeiras causas da crise de 2008 continuam presentes.

Turbulência nos países emergentes

O jornal Les Echos dedica uma página inteira à turbulência nos países emergentes. Ontem, os bancos centrais da Turquia e da África do Sul tiveram de intervir para evitar a derrubada de suas moedas. Em reportagem, o correspondente do jornal no Brasil, Thierry Ogier, afirma que as autoridades brasileiras defendem uma melhor coordenação das políticas monetárias nesse período de reequilíbrio da economia mundial.

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