Após tragédia de Lampedusa, europeus debatem política de imigração do bloco

Ministros do Interior da União Europeia se reúnem nesta terça-feira, 8 de outubro de 2013, em Luxemburgo para discutir a política de imigração do bloco. Enquanto isso, equipes de resgate continuam as buscas por mais corpos dos imigrantes clandestinos que naufragaram perto de Lampedusa, no sul da Itália, na última quinta-feira. Neste programa, nossa correspondente em Bruxelas, Letícia Fonseca, explica por que a imigração ilegal ainda é uma questão muito delicada no bloco.

Os mergulhadores continuam nesta terça-feira, 8 de outubro de 2013, os trabalhos de busca dos corpos de mais de 100 imigrantes que ainda estão desaparecidos. REUTERS/Gianni Mania

"O pacto para imigração na União Europeia, aprovado em 2008, se articula em torno de cinco pontos básicos: organizar a imigração legal, combater a imigração ilegal e expulsar quem estiver em situação irregular, fortalecer os controles fronteiriços, aumentar a cooperação com os países de origem e melhorar o sistema de asilo. Uma das polêmicas do pacto é a possibilidade de expulsar imigrantes ilegais, detê-los até 18 meses e, em último recurso, expulsá-los", relata a correspondente da RFI em Bruxelas.

"O bloco europeu tem sido acusado de tratar a imigração como uma questão de defesa. A organização Human Rights Watch acusou a agência Frontex, criada para vigiar as fronteiras européias, de ser cúmplice no tratamento degradante dos refugiados clandestinos. Ainda este ano, a União Europeia deve implementar o sistema Eurosur de vigilância, que inclui drones e câmeras de alta resolução, para fortalecer as fronteiras externas do bloco", acrescenta a jornalista.

Esse pacto europeu sobre imigração e o asilo é a base de uma futura política comum do bloco sobre o tema. Atualmente, cabe a cada país decidir quais as condições de admissão dos imigrantes em seu território e definir o número de imigrantes que pode receber, sempre em função do mercado de trabalho.

Nos últimos 20 anos, quase 20 mil imigrantes morreram tentando cruzar o Mediterrâneo. Alguns países, como a França, acham que é hora de mudar a política europeia para evitar que tragédias como a de Lapedusa se repitam. Paris quer levar a questão da imigração para a próxima reunião dos líderes europeus, em outubro.

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