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Planeta Verde

Prevenção ineficaz faz incêndios florestais se repetirem na Europa e nos EUA

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Todos os anos, durante o verão no hemisfério norte, o problema se repete: incêndios florestais devastam milhares de hectares nos Estados Unidos e na Europa, principalmente em Portugal, Espanha e França. Neste momento, o parque californiano de Yosemite arde em chamas, enquanto que quatro bombeiros já perderam a vida lutando contra o fogo em Portugal. A prevenção, principal solução para este problema, é o maior desafio das autoridades.

Bombeiros tentam controlar o fogo em Covilha, Portugal, no final de semana.
Bombeiros tentam controlar o fogo em Covilha, Portugal, no final de semana. REUTERS/Rafael Marchante
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Uma ponta de cigarro que não foi apagada, um curto circuito em um fio elétrico desencapado. A maioria dos incêndios se inicia por ação humana, normalmente por descuido. Francisco Moreira, pesquisador do Centro de Ecologia Aplicada do Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, lembra que a história de Portugal com os incêndios florestais é antiga, mas se acentua com as ações do homem.

“O fogo sempre fez parte da dinâmica das nossas florestas. A grande diferença é que, com a ação do homem, o número de incêndios é muito superior ao que seria natural”, explica. Para Moreira, os países que sofrem com o problema investem muito em combate e pouco em prevenção de incêndios, através de uma gestão e uma limpeza eficientes das florestas.

Domingos Xavier Viegas, diretor do Centro de Estudos de Incêndios Florestais, lamenta que as pessoas não cumpram as orientações do governo para evitar a propagação do fogo. “É um componente que não tem sido bem cuidado. Há muito trabalho de prevenção, com a criação de faixas de limpeza de vegetação que dê mais proteção para as áreas florestais e criem condições de acesso para os bombeiros, mas infelizmente isso não é feito”, afirma.

Francisco Moreira ressalta que, com as alterações climáticas, a tendência é que este fenômeno se amplifique e atinja outras regiões que hoje são poupadas. Na Europa, os países mediterrâneos, com clima quente, seco e sem chuvas, são os mais afetados. “Para toda a região mediterrânea, a tendência é de dias mais secos e com temperaturas mais elevadas. Obviamente, isso vai facilitar a perda da umidade, e também a propagação dos incêndios”, diz. “Eles vão passar a ocorrer em zonas que hoje são mais úmidas.”

Em Portugal, cerca de 31 mil hectares de florestas queimaram nas chamas até agora, neste verão. Na Espanha, foram 27 mil hectares enquanto que nos Estados Unidos este número chega a 72 mil.
 

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