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Radar econômico

Crise leva franceses para o exterior, inclusive o Brasil

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O número de europeus que vão para o exterior em busca de oportunidades profissionais não para de aumentar desde 2008, quando a crise econômica apertou no continente. Somente na França, 27% dos jovens graduados desejam atualmente sair do país para arrumar emprego, contra 15% em 2012, de acordo com uma pesquisa da consultoria Deloitte.

Europeus tentam encontrar melhores oportunidades de trabalho em países emergentes como o Brasil.
Europeus tentam encontrar melhores oportunidades de trabalho em países emergentes como o Brasil. Flickr/ LucasTheExperience
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O Brasil é um dos destinos que os europeus têm considerado na hora de escolher onde vai ser o novo lar. Conforme o Ministério do Trabalho, nos últimos quatro anos houve um aumento de 66% das autorizações de trabalho para estrangeiros. De acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, a procura por parte de franceses é constante e elevada. Os dados mais recentes mostram um aumento de 40,7% no primeiro trimestre de 2013, em relação a igual período em 2012.

Jan Wiegerinck é um holandês que há 50 anos abriu a Gelre, uma empresa de recursos humanos em São Paulo, e nos últimos anos percebeu o aumento da procura por europeus. Hoje ele já tem 8 mil candidatos vindos do Velho Continente – a maioria portugueses, espanhóis, italianos e franceses.

“Isso é recente, com a coincidência entre o alto desemprego na Europa e a falta de mão de obra no Brasil”, disse Wiegerinck. “No momento, os cargos mais elevados são melhor pagos aqui do que nos Estados Unidos e a Europa.”

O francês Julien Becquart, arquiteto de interiores, cansou de não conseguir contratar a quantidade de funcionários que desejava devido aos altos custos trabalhistas da França, o que resultava em uma margem de lucro reduzida. A crise na Europa só piorou o quadro, com a diminuição do número de clientes.

“Faz alguns anos que o meu negócio não é lucrativo. Ser um pequeno empresário na França, hoje, é muito difícil”, lamenta.

O arquiteto acha que poderá reverter a sua situação profissional em um país emergente como o Brasil, onde a mão de obra é mais barata. Casado com uma brasileira, ele deve chegar ao país em setembro, com autorização para trabalhar. “O Brasil tem muito potencial para crescer neste setor. Muitos colegas meus também gostariam de fugir do marasmo econômico na França, mas parece que é muito difícil para eles obter um visto de trabalho no Brasil.”

A vinda dos profissionais qualificados de fora é um objetivo do governo brasileiro, que facilitou as regras para a obtenção de vistos de trabalho nos últimos meses. Os setores de maior interesse de atração são óleo, gás e profissionais especializados em alta tecnologia, nos mais variados setores da indústria, segundo Marcelo Cerri, gerente do projeto Imigração da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal.

“O interesse do governo é o interesse do mercado, portanto é resolver o problema de falta de mão de obra para o mercado”, comenta. “A melhor forma de fazer isso é tirando os empecilhos legais, reduzindo a burocracia e aumentando a velocidade do processo.”

 

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