Ex-homem mais rico da Rússia, Khodorkovsky faz aniversário na prisão
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Há dez anos o russo Mikhail Khodorkovsky era um dos homens mais ricos do mundo, antes de completar 40 anos. Nesta quarta-feira, ele completa 50 anos, só que atrás das grades. Isso há quase uma década. Seu erro foi enfrentar o então presidente Vladmir Putin, hoje primeiro-ministro.
A trajetória de Khodorkovsky é como um foguete que acaba explodindo em pleno vôo. Apesar de ter sido um jovem comunista exemplar, com a perestroika ele deixou o marxismo fervoroso e abraçou plenamente o capitalismo selvagem, criando em 1988 o primeiro banco privado da Rússia. Ele aproveita a onda de privatizações promovida por Boris Yeltsin e abocanha a companhia petrolífera Yukos, que vai torná-lo um dos homens na faixa dos 30 anos mais ricos do mundo.
Mas em 2003 quem chega ao poder é Putin, que quer recuperar o controle energético para o Estado. O caráter autoritário do novo líder bate de frente com os oligarcas como Khodorkovsky, que apoiam abertamente a oposição. Entre deixar o país ou se converter ao novo governo, Khodorkovsky escolhe, por orgulho ou ingenuidade, o confronto. Preso em outubro de 2003, ele é condenado por evasão fiscal. Em 2010, com sua pena chegando ao fim, ele é novamente julgado e condenado a mais seis anos. Enquanto isso, a Yukos é absorvida por outra empresa, dirigida por um fiel ao Kremlim.
Sandra Fernandes, professora de Relações Internacionais na Universidade do Minho, em Portugal, analisa o significado do encarceramento de um homem tão poderoso na Rússia.
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