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Reportagem

Morte de militantes curdas pode afetar negociações com governo turco

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Um misterioso assassinato ocorrido em plena Paris revoltou as comunidades curdas que vivem na França, que foram as ruas hoje protestar. Nesta madrugada, três militantes ligadas ao Partido dos Trabalhadores Curdos, o PKK, foram encontradas mortas com tiros à queima-roupa na cabeça, dentro do Centro de Informações Curdas. O crime provocou protestos na capital e também em Marselha, duas cidades onde se concentram os cerca de 150 mil representantes deste povo que vivem no país.

Três ativistas curdas foram encontradas mortas em um centro de informações pró-Curdistão de Paris
Três ativistas curdas foram encontradas mortas em um centro de informações pró-Curdistão de Paris REUTERS/Christian Hartmann
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O PKK é considerado um grupo terrorista pela União Europeia. Mas diversos institutos e associações, como este em Paris, são usados pelo partido para promover a causa separatista e, eventualmente, realizar operações de financiamento dos rebeldes, como explica Didier Billion, especialista neste assunto do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas.

"Na França existe uma longa tradição desta presença da comunidade curda, e uma longa tradição de organização desta comunidade. Sabemos que o PKK é muito ativo através desta comunidade, há muitos anos", explicou Billion. "Sabemos também que a república francesa, através do polo antiterrorista de Paris, iniciou, há vários anos, diversas investigações que resultaram em prisões e condenações de militantes do PKK - não por atividades políticas mas sim por atividades financeiras ilegais."

Recentemente, foi restabelecido o diálogo entre o serviço secreto turco e o líder Abdullah Ocalan, fundador do partido rebelde, com o objetivo de desarmar o partido separatista. A polícia trabalha com três principais hipóteses para explicar os assassinatos ocorridos ontem: acerto de contas entre militantes curdos, ação de extremistas de direita turcos opositores do movimento curdo, ou outro tipo de motivação pessoal ou financeira ligada a pelo menos uma das mulheres mortas. O especialista Didier Billion concorda que estas pistas fazem sentido. 

"Extremistas dos lados, seja do PKK ou do aparelho do Estado curdo, são a hipótese mais plausível e mais provável. Mas apesar deste drama humano, o processo de diálogo que havia sido iniciado há uim tempo era um elemento muito positivo, que devemos comemorar. Eu ouso esperar que estes tristes assassinatos de três mulheres não sejam comprometedores e não bloqueiem este processo iniciado", afirmou. 

 

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