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Radar econômico

Crise econômica na Europa não afeta turismo de luxo

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A crise econômica continua firme e forte na Europa, mas nada parece atingir o setor do luxo. A temporada de férias de verão está chegando ao fim no velho continente e as agências de turismo que atendem os clientes mais ricos estão soltando foguetes para comemorar os resultados. Um dos principais sites franceses que organizam férias de luxo, o Splendia, verificou um aumento de 13% do faturamento neste ano, e percebeu que alguns clientes podem até ter preferido viajar menos longe, mas não abrem mão do conforto de estabelecimentos de alto nível.

Saint Tropez é um dos destinos mais luxuosos da Côte d'Azur.
Saint Tropez é um dos destinos mais luxuosos da Côte d'Azur. Getty Images/Marc Piasecki
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"Pode parecer uma surpresa, mas se você analisar, percebe que o crescimento está baixo, porém estável. Portanto estávamos esperando um ano bom, sim", afirma Guillaume Rostand, gerente de comunicação da agência. "As mudanças que percebemos foram no tipo de reservas: os clientes preferem não ir tão longe, gastar menos em transporte, para poder investir ainda mais na diária de hotel. Houve um aumento de 7% nos gastos em quartos de hotel, em relação aos anos anteriores".

Na França, os lugares preferidos são as praias da Côte d'Azur, como Saint Tropez, Cannes ou Mônaco. A escolha do lugar ideal para passar as férias pode ser de acordo com o que fazem as celebridades, mas a maioria dos clientes ainda prefere locais exclusivos, conforme Alain Le Scouezec, diretor comercial da agência Donatello, em que os clientes gastam cerca de 3 mil euros por semana nas férias:

"Os clientes querem coisas mais íntimas, mais exclusivas, ao invés de lugares onde vão ver muita gente e serão vistos. A maior demanda é por viagens quase secretas", disse.

Os franceses também gostam muito de desbravar hotéis cinco estrelas nos quatro cantos do mundo. A Sardenha e a Costa Amalfitana, na Itália, e as ilhas gregas seguem em alta, mas o último grito da moda no turismo de luxo é o leste da Africa: Tanzânia, Quênia, Namíbia ou Africa do Sul entraram na rota de quem não se importa com o preço das férias.

"É neste tipo de turismo que mais registramos lucros, porque as pessoas que viajam para este tipo de destino não pensam duas vezes antes de escolher a classe business ou a primeira classe no avião, e querem os hotéis mais bem classificados. Ainda tem muita gente que pode gastar dinheiro viajando, porque é uma categoria de pessoas que é menos afetada pelos problemas econômicos por que passam a Europa e particularmente a França", analisa Scouezec.

Johan Mancinelli, da agência Or Normes, especializada no turismo de luxo, afirma que existe também a chegada de uma classe média que faz um esforço financeiro, apesar da crise, para poder ter férias dos sonhos com mais frequência além da tradicional lua de mel. "Você tem novos clientes que nos dão um orçamento aproximativo, e a gente percebe que às vezes a viagem é resultado de um grande esforço que eles fizeram. Já os antigos clientes confiam totalmente na gente, na escolha dos hotéis, em tudo. Para estes, dizemos quanto vai custar e eles aceitam na hora."

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