Acessar o conteúdo principal
Japão/Revolta

Governo japonês enfrenta revolta de parlamentares

Cinquenta parlamentares japoneses decidiram deixar o PDJ, partido no poder, para protestar contra a alta prevista do imposto sobre o consumo, nesta segunda-feira. A revolta foi liderada por Ichiro Ozawa, um dos homens políticos mais influentes do Japão. Este é um duro golpe para o Primeiro ministro Yoshihiro Noda, mas não priva o chefe de governo da maioria no parlamento.

O veterano da política japonesa Ichiro Ozawa, que liderou nesta segunda-feira uma demissão em massa no parlamento contra a reforma tributária.
O veterano da política japonesa Ichiro Ozawa, que liderou nesta segunda-feira uma demissão em massa no parlamento contra a reforma tributária.
Publicidade

Os 38 deputados e 12 senadores entregaram a demissão ao primeiro ministro de centro-esquerda Yoshihiko Noda, que dirige o Partido democrata do Japão (PDJ), formação no poder desde 2009.

“Nós deixamos o PDJ hoje com a intenção de formar um novo partido”, declarou Ozawa para jornalistas. “O PDJ, sobre a direção do primeiro ministro Noda, não é mais o partido que permitiu uma alternância política” em 2009, quando colocou fim a quase meio-século de dominação dos conservadores do Partido liberal-democrata (PLD), acrescentou.

Ozawa, veterano da política japonesa, não anunciou uma data para a constituição do novo partido, mas precisou que reuniria os que se opõem à reforma tributária e à volta dos reatores nucleares após a catástrofe de Fukushima.

Reforma tributária

Este é um golpe duro para o Primeiro ministro Noda, mas a perda de 38 deputados não priva o chefe de governo da maioria no Câmara.

Os opositores estão entre os 57 deputados do PDJ que votaram na semana passada contra o projeto de lei que prevê passar o imposto sobre o consumo dos 5% atuais para 8% em abril de 2014 e 10% em outubro de 2015.

O texto deve ainda ser apresentado no Senado, mas pode ser adotado sem dificuldade graças aos votos da oposição conservadora, liderada pelo Partido liberal-democrata (PLD). Noda conseguiu o apoio da oposição para esta medida julgada necessária para organizar as contas públicas.

Ozawa, que esteve na origem da vitória histórica do PDJ em outubro de 2009, se opõe ao aumento do imposto, argumentando que este não é o melhor momento para sua aplicação. Segundo o homem político, existem mudanças econômicas a serem feitas antes de pedir que os cidadãos paguem mais impostos.

Ex-presidente do PDJ de 2006 a 2009, ele dirigia a parte mais forte do partido. Mas seu envolvimento em um escândalo de financiamento ilegal, do qual saiu inocentado em abril deste ano, enfraqueceu sua posição política. Ele aparece aos olhos dos eleitos japoneses como o símbolo do político corrupto e corre o risco de ter dificuldades de reconstruir um partido.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.