Ambientalistas franceses tentam bloquear transporte de lixo nuclear

Representantes do Partido Verde, do Greenpeace e grupos anti-nuclear protestam desde a noite de ontem contra a partida de um trem com lixo nuclear da cidade francesa de Valognes, oeste da França, rumo Gorleben, na Alemanha.  O grupo "Valognes Stop Castor" tenta bloquear a saída dos vagões.

Polícia contém manifestantes anti-nuclear na cidade francesa de Valognes. REUTERS/Benoit Tessier

O trem com onze vagões repletos com 2.000 toneladas de detritos radioativos deve partir às 14h30 locais (11h30 em Brasília), mas os manifestantes estão acampados nos arredores da estação ferroviária desde a madrugada. Pela manhã, policiais tiveram que intervir com uso de gás lacrimogêneo para retirar centenas de ativistas que ocupavam os trilhos e colocavam pedras e pedaços de concreto para impedir o transporte do material. Cinco manifestantes foram presos. A fim de evitar novas invasões, foi instalado um forte esquema de segurança com barreiras de até 2 metros de altura em torno da estação para bloquear o acesso dos manifestantes.

Com as palavras de ordem como “o governo francês não aprendeu a lição de Fukushima”, os militantes ambientalistas criticam o uso na energia nuclear e denunciam a periculosidade desse tipo de transporte de lixo nuclear. Os detritos das centrais nucleares alemãs foram levados para processamento em França e serão devolvidos depois à Alemanha para um local de armazenamento.

O trajeto do trem com material radioativo será efetuado através das vias férreas regulares por onde circulam passageiros e mercadorias. A Areva, gigante francesa do setor nuclear, afirma que o trem é uma "fortaleza ambulante", mas um laboratório independente francês afirma que o nível de radioatividade do comboio não é "inócuo".