Bolsas europeias e asiáticas despencam nesta terça-feira
Apesar da mobilização de dirigentes e bancos centrais, que multiplicam esforços para tentar dar garantias aos investidores e evitar uma nova crise financeira, os mercados voltam a registrar quedas expressivas nesta terça-feira. As principais bolsas asiáticas fecharam o dia no vermelho e na Europa os pregões abriram em alta, mas despencaram em seguida. Todas as atenções estão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve, o Banco Central Americano, na tarde de hoje.
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Depois do que já está sendo chamado de “segunda-feira negra”, quando as bolsas de valores registraram quedas históricas, o mercado financeiro mundial continua instável nas principais praças mundiais nesta terça-feira. Na Europa, os índices começaram com ligeira alta, subiram nas primeiras transações e logo depois voltaram a cair. Em Paris, o índice CAC 40 registrou alta de quase 2% até cair para quase -4%. Londres abriu estável e o índice Footsie despencou rapidamente para -3,5%. Em Frankfurt, a bolsa também cede mais de 2%. Em Madri, o pregão abriu em alta de 1,06%, chegou a operar com mais de 2% e passou rapidamente para o vermelho, perdendo 3%. Mesmo efeito iô-iô na bolsa de Milão, que registrou alta de até 1,83% na abertura e depois caiu para -1,54%.
Neste cenário de muito temor dos investidores, o Banco Central Europeu (BCE) lançou na manhã desta terça-feira um novo alerta aos países da zona do euro para controlarem seus déficits públicos. Mesmo se o BCE decidiu comprar os títulos das dívidas espanholas e italianas, o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, disse que os dois países, respectivamente 3ª e 4ª economia da zona do euro, devem agir para sanar os problemas orçamentários. O BCE quer ainda que o plano europeu, anunciado no último mês, seja posto em prática o mais rápido possível e que as autoridades dos países façam seu trabalho. O Banco Central Europeu deve anunciar na próxima semana o valor e o teor de suas novas intervenções.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento na noite de segunda-feira, em mais uma tentativa para acalmar os investidores. No entanto, o chefe da Casa Branca preferiu não fazer nenhuma crítica sobre a decisão Standard & Poor's de rebaixar a nota da dívida do país. Obama lembrou, no entanto, que o bloqueio do Congresso nas discussões sobre as contas norte-americanas foi o responsável pela degradação da nota de crédito do país. Agora todas as atenções estão voltadas agora para a reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve, o Banco Central Americano, realizada nesta segunda-feira.
Bolsas asiáticas fecham em queda
Na Ásia, o pregão terminou com os índices no vermelho. Em Tóquio, o índice Nikkey perdeu 1,8%, enquanto Seul cedeu 3,6% e Hong Kong fechou o dia em baixa de 2,38%.
A China, que detém um terço dos ativos da dívida norte-americana, voltou a criticar duramente os Estados Unidos e atribuiu o rebaixamento da nota dos títulos do país aos gastos com o setor militar. Pequim pediu que a Casa Branca seja responsável em relação aos credores.
Janaína Silveira, correspondente da RFI em Pequim
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