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Europa/ crise

Após anúncios de líderes, bolsas europeias operam instáveis nesta segunda-feira

No primeiro dia de abertura das bolsas europeias após a degradação da nota americana pela agência de classificação de riscos Standard & Poor’s, na sexta-feira, os pregões da Europa reagem com instabilidade nesta segunda-feira: abriram em leve baixa, subiram e voltaram a cair. Apesar da volatilidade, a decisão do Banco Central Europeu, de garantir a compra de títulos da dívida de países da zona do euro em dificuldades, evitou uma queda maior.

Bolsa alemã opera em queda de 2% às 11h15, em dia de instabilidade após redução da nota soberana americana.
Bolsa alemã opera em queda de 2% às 11h15, em dia de instabilidade após redução da nota soberana americana. Reuters
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Nesta segunda-feira, as bolsas começaram no vermelho – Paris com -0,74%, a de Milão a -0,09% e a de Londres, em queda de 0,46% - e passaram a operar em alta minutos depois. Milão chegou a operar em 3%, depois que, nesta manhã, o BCE confirmou a compra de títulos das dívidas espanhola e italiana – as duas economias que se encontram no foco da crise na zona do euro há duas semanas.

Os dirigentes das principais economias do planeta se mobilizaram no final de semana para tentar acalmar os investidores. O G7 anunciou, em comunicado, que pretende adotar todas as medidas necessárias para apoiar a estabilidade financeira e o crescimento econômico.

Tensão na Espanha diminui

Diante das notícias favoráveis, a bolsa de Madri opera em alta de mais de 2% e o prêmio de risco baixou de 400 pontos na sexta-feira para 280 nesta manhã. Desta maneira, a bonificação paga pela Espanha a compradores diminuiu, reduzindo o risco de o governo espanhol não conseguir saldar suas dívidas. A expectativa do mercado é que a operação diminua os altos juros que estão sendo aplicados aos bônus da dívida da Espanha.

Agora, as discussões se concentram na resposta que o governo de José Luis Rodríguez Zapatero deverá dar aos vizinhos europeus para fazer frente à ajuda. Com as férias suspensas, Zapatero passou o fim de semana discutindo com ministros um pacote de reformas que deve anunciar na semana que vem, para tranqüilizar os mercados e conseguir cumprir com a meta do déficit este ano, fixada em 6%.

Com o plano o governo, vai conseguir economizar cerca de 5 bilhões de euros em gastos, segundo estimou no domingo a ministra de Economia, Elena Salgado. Entre as medidas do decreto, está o aumento de impostos a grandes empresas e, por outro lado, a flexibilização dos contratos de trabalho e das demissões, proposta apresentada pelo governo no início do ano que provocou a ira de sindicatos e trabalhadores. Eles prometem protestos.

As bolsas europeias reagiram bem diferentes do mercado asiático, que registrou mais um dia de forte tensão neste primeiro dia de pregão após a redução da nota americana, de AAA para AA+. Encerradas, a bolsa de Tóquio perdeu 2,18% , Seul fechou em baixa de 3,82% - após ter caído até 7% -, o índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong perdeu 3,8% e Xangai cedeu 3,56%.

Por consequência, o G20 afirmou hoje na Coreia do Sul, estar pronto para agir para assegurar a estabilidade e colocar dinheiro no sistema financeiro. Os ministros das Finanças das principais economias do planeta se comprometeram a acompanhar de perto os mercados nas próximas semanas e tomar as iniciativas consideradas necessárias para estimular o crescimento mundial.

Com a colaboração da correspondente em Madri, Luiza Belchior

 

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