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Orgulho Gay

Parada Gay de Paris denuncia homofobia no esporte

Milhares de pessoas participaram neste sábado (30) da Parada Gay de Paris. Aproveitando a realização da Copa do Mundo de futebol, o tema do evento neste ano foi a homofobia no esporte.

Milhares de pessoas celebraram o orgulho gay nas ruas de Paris neste sábado (30).
Milhares de pessoas celebraram o orgulho gay nas ruas de Paris neste sábado (30). REUTERS/Pascal Rossignol
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Sob um calor de 33°C, as cores do arco-íris invadiram as ruas da capital francesa. A marcha, que dura tradicionalmente cerca de quatro horas, começou às 14h de Paris (9h de Brasília), partindo da Praça da Concórdia em direção à Praça da República, no centro da capital francesa. No local, diversos artistas se apresentam até o final da noite deste sábado, como Rebeka Warrior, o coletivo gay-queer Gang Bambi, Arnaud Rebotini e Kiddy Smile.

Em um clima de celebração, com muita música e animação, milhares de pessoas fizeram o trajeto, algumas para se divertir e muitas para reivindicar direitos iguais. A marcha da capital francesa reúne, a cada ano, cerca de 500 mil pessoas.

"Vocês não têm o monopólio da família", "Fechem o Vaticano, Guantánamo mental", "Nem a Terra, nem as mulheres são conquistas", foram algumas das mensagens exibidas em cartazes na Parada Gay de Paris.

Homofobia no esporte

"Abaixo as discriminações, tanto no esporte como em nossas vidas" é o slogan da edição 2018 da chamada "Marcha dos Orgulhos", liderada pela organização Inter-LGBT, reúne cerca de 60 associações francesas. 

Os participantes denunciam principalmente os hinos homofóbicos entoados por torcidas nos estádios de futebol, o temor de atletas assumirem sua homossexualidade - diante da possibilidade de perderem patrocinadores -, além de tratamentos ou mutilações que sofrem as esportistas mulheres. 

Em um comunicado, a Inter-LGBT, para quem "o esporte revela o estado de espírito de nossa sociedade" diz se mobilizar "contra as discriminações e violências que sofridas por pessoas LGBTQI+, tanto nos meios esportivos como no resto de suas vidas".

"Se alguns eventos esportivos, como os Gay Games que serão realizados em Paris do 4 ao 12 de agosto, se esforçam para promover a diversidade e a inclusão, é preciso constatar que muitos outros desprezam os direitos humanos, a começar pela Copa do Mundo de futebol na Rússia neste ano e depois no Catar, em 2022", diz o documento. 

Bandeira gay rasgada

A Parada Gay de Paris é realizada poucas horas depois de um homem ter sido preso ao rasgar uma das bandeiras arco-íris hasteada na fachada da Assembleia Nacional Francesa. O vândalo alegou ser militante da extrema-direita e anti-LGBT e foi detido para interrogatório. 

Esse não foi o único ato homofóbico público desta semana em Paris. Na segunda-feira (25), alguns dias depois de o bairro do Marais, região que engloba parte do 3° e 4° distritos de Paris, ter algumas de suas ruas decoradas com as cores do arco-íris, as pinturas foram cobertas com tinta branca, ao lado de frases como “LGBT fora da França”.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, lamentou o incidente: “A luta por igualdade de direitos e contra as discriminações acontece durante a temporada do Orgulho LGBT, mas também durante o resto do ano”, declarou. Em resposta, Hidalgo resolveu tomar uma decisão simbólica: "vamos perpetuar as faixas arco-íris do Marais como uma mensagem de boas-vindas”.

Vítimas de agressão homofóbica

Segundo um estudo divulgado na quarta-feira (27) pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), mais da metade de pessoas (53%) que se assumem homossexuais, bissexuais ou transgêneras na França já foram vítimas de uma agressão homofóbica, entre insultos (28%), toques ou gestos de caráter sexual (24%), ameaças de revelar sua orientação sexual a familiares, colegas ou vizinhos (18%) e estupros (11%).

Em maio, a Ong francesa SOS Homophobie indicou que, pelo segundo ano consecutivo, o número de atos homofóbicos aumentou na França
 

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